Enfermeiros entregaram mais de 7500 escusas de responsabilidade
É um acréscimo de 1115 face a Agosto, quando a Ordem dos Enfermeiros revelou os últimos dados acerca destas declarações.
É o mais recente balanço da Ordem dos Enfermeiros (OE): este ano já foram entregues 7656 escusas de responsabilidade. Um acréscimo de 1115 face a Agosto, quando a Ordem revelou os últimos dados que tinha. Numa nota divulgada esta terça-feira, a OE refere que “estes números de escusas são seis vezes superiores aos números de há um ano”. Nessa altura, “tinham chegado à OE 1300 declarações”.
“Estes dados confirmam as previsões da Ordem, da tendência de subida destas declarações desde o início do ano, face ao agravamento da situação nos hospitais, em particular devido à falta de Enfermeiros”, lê-se na nota.
Na mesma recordam os dados do último relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico Health at a Glance: “Portugal tem um rácio de 7,3 Enfermeiros por mil habitantes, tendo já sido ultrapassado por países como a Roménia, Lituânia e Malta – a média dos países da UE é de 8,3 Enfermeiros por mil habitantes.”
No balanço agora revelado a OE adianta que, “só na zona Centro, onde as escusas têm vindo a ser renovadas, são já mais de cinco mil as declarações apresentadas”. A “maioria corresponde a enfermeiros do Hospital de Leiria”.
A região Sul é a segunda zona com maior número de pedidos de escusa, com um total de 2132 declarações. Nesta região é o Hospital Garcia de Orta, em Almada, “a apresentar a situação mais grave”, seguido do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (que inclui os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente) e do Hospital do Algarve.
“Em causa está a degradação dos serviços, sobretudo devido à falta de enfermeiros, o que leva ao incumprimento das dotações seguras, pondo em causa a qualidade e segurança dos cuidados prestados”, diz a Ordem, referindo que “está demonstrado por estudos internacionais que por cada doente a mais a cargo de um Enfermeiro a mortalidade sobe 7% nos hospitais”.