Cinco ideias de hobbies realistas para mães sem tempo
O que está em causa, como em tudo, é o equilíbrio, mas a questão é que o conceito de equilíbrio será sempre muito pessoal.
Querida Mãe,
Com que então quer saber se, às vezes, não nos tornamos em mães workaholics, obcecadas e perfeccionistas? Hmm... sim! Acho que isso é possível! E durante algumas fases até provável.
No entanto, parece-me que a conotação que se dá a essa dedicação é pejorativa quando aplicada às mães/família e lisonjeadora quando se trata de uma empresa/projecto. Até porque frequentemente assume-se que essa dedicação aos filhos tem consequências nocivas para as próprias crianças — e eu aí discordo, não é mesmo verdade. Aliás, o "workaholismo" raramente faz mal à empresa em si, nunca vi um gestor queixar-se de que um empregado é muito trabalhador.
O que aqui está em causa, como em tudo, é o equilíbrio, mas a questão é que o conceito de equilíbrio será sempre muito pessoal.
Felizmente os nossos filhos não nos deixam ficar muito tempo presos às mesmas preocupações porque, à medida que crescem e mudam, obrigam-nos a questionar o que andamos a fazer. São os primeiros a dar-nos um “chega para lá” se for preciso. Mas concordo consigo, há vantagens em ter hobbies, trabalho, ou paixões que não incluam os miúdos, que nos ajudem a não colocar neles toda a nossa expectativa de satisfação pessoal.
E quando estamos muito cansados, isso exige parar um instante e escutarmo-nos a nós mesmos para podermos descobrir onde podemos ir procurar outras formas de realização pessoal. E aí ganhamos nós, e ganham eles.
Ana,
O problema é ter tempo para hobbies quando temos filhos pequenos!
Por isso, ofereço-te cinco ideias de hobbies realistas para mães sem tempo. Toma nota.
1. Banho de imersão
Há a versão depois de os deitar que promove o relaxamento total, e a versão antes de os deitar que é mais curta, mas que tem a vantagem de acabar com eles lá dentro e ficam logo de banho tomado!
2. Desenhos animados
Tem um miúdo mais irrequieto? Aposte nas pipocas! Enquanto comem, aguentam mais um bocado e as mães podem ficar deitadas no sofá, talvez mesmo a ver uma série no telemóvel.
3. Voltas de carro sem nenhum destino
Ao preço que está a gasolina não é tão fácil, mas se for feito na hora certa, eles adormecem, e as mães podem ficar a ouvir música ou ao telefone com uma amiga. Na hora errada e com irmãos é muito perigoso, porque acaba tudo à batatada.
4. Vídeos de dança/ginástica no YouTube para acompanhar
Isto é surpreendentemente eficaz porque eles também participam e, pelo menos, as figuras tristes que fazemos ficam só entre nós. Além do mais poupa-se em mensalidades de ginásio onde, na realidade, acabamos por nunca pôr os pés.
5. Arrumações no quarto deles
Sei que não parece muito apelativo como forma de entretenimento, mas diz-me a experiência que basta dizermos “Acho que vou dar este brinquedo”, para eles imediatamente começarem a brincar com ele. Com sorte, passam um par de horas distraídos.
O Birras de Mãe, uma avó/mãe (e também sogra) e uma mãe/filha, logo de quatro filhos, separadas pela quarentena, começaram a escrever-se diariamente, para falar dos medos, irritações, perplexidade, raivas, mal-entendidos, mas também da sensação de perfeita comunhão que — ocasionalmente! — as invade. E, passado o confinamento, perceberam que não queriam perder este canal de comunicação, na esperança de que quem as leia, mãe ou avó, sinta que é de si que falam.