Polónia pressiona Alemanha a enviar carros de combate para a Ucrânia
Primeiro-ministro polaco volta a dizer que precisa de uma “autorização” alemã para reexportar os Leopard 2 e elogia combate dos ucranianos “em defesa da Europa”.
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Dos 300 carros de combate que a Ucrânia diz serem necessários para uma reconquista total do território invadido pela Rússia no último ano, uma parte significativa pode não chegar às mãos do Exército ucraniano antes de 2024 – mesmo que o Governo alemão venha a desbloquear, no final da semana, o envio de veículos das suas reservas.
Segundo a fabricante alemã Rheinmetall, 22 carros de combate Leopard 2 e 88 de um modelo anterior, o Leopard 1, teriam de ser alvo de uma reparação profunda antes de poderem ser enviados para a Ucrânia, o que não seria possível antes do início do próximo ano.
O alerta da empresa alemã e a indecisão do Governo de Olaf Scholz sobre o envio de carros de combate influenciam todo o processo. Perante os possíveis atrasos na Alemanha, mais países europeus podem sentir-se encorajados a contribuir com o envio de alguns dos seus Leopard 2; ao mesmo tempo, a indecisão de Berlim dificulta o processo de decisão de outros possíveis doadores, já que a reexportação de Leopard 2 para a Ucrânia necessita da autorização expressa da Alemanha.
No fim-de-semana, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou o envio de 14 carros de combate Challenger 2, usados pelo Exército britânico desde 1998. E o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, já prometeu o envio de uma companhia de Leopard 2 para a Ucrânia, quando o seu Governo receber sinal verde da Alemanha.
Numa conferência de imprensa, esta segunda-feira, Morawiecki confirmou que o país “precisa” de uma autorização da Alemanha e reforçou a sua pressão sobre o Governo alemão: “Não consigo sequer imaginar que essa aprovação não seja dada.”
“Apelo ao Governo alemão que actue de forma decisiva e que envie para a Ucrânia todo o tipo de armamento”, disse o primeiro-ministro polaco. “Hoje, os ucranianos combatem não só pela sua liberdade, mas também em defesa da Europa.”
Ao dotar o Exército ucraniano de um novo poder de fogo ofensivo, o envio de carros de combate é visto por alguns aliados da Ucrânia – a começar pela Alemanha – como um possível sinal de escalada no conflito. O Governo alemão tem dito que uma decisão desse tipo terá de ser coordenada com todos os aliados, incluindo os Estados Unidos.