A roupa velha do mundo chega ao Gana e torna-se moda vintage

O Gana recebe semanalmente cerca de 15 milhões de artigos de vestuário usado do resto do mundo. E há quem esteja em missão de lhe dar nova vida.

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O Kantamanto é um dos maiores mercados de vestuário do continente africano Reuters/FRANCIS KOKOROKO
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O Gana recebe semanalmente cerca de 15 milhões de artigos de vestuário usado do resto do mundo Reuters/FRANCIS KOKOROKO
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A compra em segunda mão é vista como uma forma de reduzir o impacte ambiental da moda Reuters/FRANCIS KOKOROKO
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O Kantamanto é um dos maiores mercados de vestuário do continente africano Reuters/FRANCIS KOKOROKO

Enquanto o sol se põe, num largo junto ao porto de contentores da capital do Gana, Acra, dezenas de jovens envolvem-se em trocas de casacos excedentes do exército e ténis Adidas enquanto um DJ debita sons clássicos Afrobeat.

A Gala Vintage, como os fundadores Prince Quist e James Edem Doe Dartey, de 23 anos, a baptizaram, reuniu um movimento de jovens entusiastas do vintage que se opõe contra a indústria global da moda rápida, encorajando os seus pares a fazer compras em segunda mão.

"Se usarmos roupas feitas antigamente, estamos a ajudar o ambiente ao não usar as matérias-primas e outras coisas necessárias para fazer novas", disse Quist, sentado em frente ao stand da loja online que partilha com Dartey, a TT Vintage Store.

"A ideia é apenas inspirar toda a gente a olhar para o vintage com outros olhos, porque os bens em segunda mão não são 'coisas de classe inferior'", acrescentou Dartey. "Comprar vintage é um passo à frente da reciclagem."

O Gana recebe semanalmente cerca de 15 milhões de artigos de vestuário usado do resto do mundo, sobretudo proveniente de países ocidentais e da China, descarregados a granel, muitas vezes a preços ínfimos e de qualidade questionável. Cerca de 40% acaba por ser depositado em aterros urbanos, de acordo com a The Or Foundation, sediada nos EUA.

Grande parte passa pelo Kantamanto, um dos maiores mercados de vestuário do continente africano, onde pilhas de roupa usada são vendidas com base na qualidade esperada das peças que podem estar escondidas.

Horas antes do nascer do sol, várias vezes por semana, entusiastas do vintage como Quist e Dartey passeiam-se pelas montanhas de roupa usada em Kantamanto, em busca de preciosidades que podem revender nas suas páginas Instagram com milhares de seguidores no Gana e no estrangeiro.

Acreditam que a compra em segunda mão não só ajuda a reduzir o impacte ambiental da moda, mas também permite que eles e os seus clientes expressem estilos únicos para além das tendências actuais.

A sua mensagem é simples: compre em segunda mão, faça a diferença.

"Esqueça-se da ideia de que só se usa vintage quando se é pobre ou só se usa coisas remendadas quando não se tem dinheiro", argumentou a criativa Myra Davis à margem do evento de Gala Vintage. "Está aqui há anos", lembrou. "Porquê ir e produzir mais, quando há mais do que suficiente disponível para si?"