Marcelo quer mais esclarecimentos sobre a indemnização da TAP a secretária de Estado

Presidente da República tem dúvidas sobre os termos do acordo entre Alexandra Reis e a TAP e pressiona o Governo: “Não é um caso estritamente individual”.

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Marcelo diz estar claro que houve um acordo entre Alexandra Reis e a TAP LUSA/NUNO VEIGA

O Presidente da República defendeu a necessidade de esclarecer os motivos para a cessação do contrato da ex-administradora da TAP, Alexandra Reis, e a companhia aérea, bem como o critério para a atribuição da indemnização de meio milhão de euros.

“Vale a pena verificar duas coisas: primeiro porque é que terminou aquela colaboração. Correu mal? Incompatibilidades? Deve haver ‘N’ razões funcionais. Em segundo lugar, nestes termos, qual foi o critério seguido para dar aquela indemnização”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na Guarda, à margem de uma visita à Serra da Estrela.

O chefe de Estado disse não haver dúvidas de que “houve um acordo” entre Alexandra Reis e a TAP para a rescisão do contrato em Fevereiro último, meses antes de vir a ser presidente da NAV. "Se fosse uma rescisão não receberia uma quantia, recebia outra. Não sendo uma rescisão, uma decisão de a própria sair, não haveria aquela - chamemos-lhe - indemnização, ou pelo menos, não haveria obrigatoriamente uma indemnização", disse, depois de ontem ter afirmado que, segundo as informações de que dispunha, se tratava de uma “decisão da própria empresa" e que não tinha saído da TAP por "iniciativa própria” pelo que a indemnização era "legal".

O chefe de Estado partilhou a ideia de que ele próprio também precisa de ser esclarecido, à semelhança dos dois ministros Pedro Nuno Santos, que tutela a TAP, e Fernando Medina, que lidera o ministério onde Alexandra Reis é secretária de Estado do Tesouro, até porque foi ele que a nomeou.

“É importante para todos, para quem nomeia, para quem é nomeado e para os portugueses, o que se passou nessa pré-história”, disse, depois de assumir que há cerca de um mês nomeou Alexandra Reis para o cargo governativo que ocupa. Um sublinhado que reforça o seu desconforto.

Questionado sobre se são necessárias audições dos ministros no Parlamento, como pede a oposição, Marcelo considerou que “não deve ser difícil” aos ministros dar explicações e que “a seguir a isso, quem deve tomar iniciativa é própria interessada”.

“Havendo uma dúvida que persiste, ela deve esclarecer. Não é só por ela, é pelo Governo. Não é um caso estritamente individual”, defendeu.

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