Todos juntos à rua (finalmente): 12 réveillons para voltar à festa

Da baixa à festa mais alta, do mar ao céu a explodir de cor, a rir ou a dançar, não faltam sugestões para tornar a celebrar como antes.

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A contagem decrescente para 2023 está na rua EGEAC

Depois de um ano sem sair de casa e de outro parcamente iluminado, a sede de ir para a rua celebrar a passagem de ano em multidão está prestes a ser saciada um pouco por todo o país. Escolhemos 12, para fazer o gosto à vontade e deixar as contenções no passado, seja a olhar o céu, seguindo a (muita) música ou até debaixo de água. À excepção de uma sugestão, têm todas entrada livre.

Vila Nova de Cerveira

Toda a gente pode ser uma Dancing queen, nem que seja por uma noite. Basta estar no Pavilhão Multiusos de Vila Nova de Cerveira a 31 de Dezembro, a partir das 22h30, e entrar numa celebração ao ritmo desses e de outros grandes sucessos dos Abba, num concerto de tributo à banda sueca.

Feita a contagem decrescente, ainda não é altura de arrumar os sapatos dançarinos: a festa continua às 00h30, ao ritmo de uma comitiva de DJ pontificada por Kura e pelas sonoridades de electro e house que o projectaram para o top 100 da DJ Magazine. Para facilitar a deslocação entre o centro histórico e o pavilhão, a autarquia raiana oferece transporte, a cada meia-hora, entre a 23h30 e as sete da manhã.

Porto

(actualização 30/12: cancelados festejos de rua em Gaia, Porto, Matosinhos)

Com a baixa em obras, é para o Queimódromo que convergem os festejos da Invicta, à beira do Parque da Cidade e da Praia Internacional. Às 22h30, Fernando Daniel inaugura o palco onde, já em 2023, hão-de actuar também Diogo Piçarra e Moullinex.

Quando faltarem cinco minutos para a meia-noite, entrará em cena Luminous, espectáculo do ateliê OCubo na forma de “uma instalação generativa que reage ao som e inclui pirotecnia fria, uma impactante sincronização de luz, laser e música”, descreve a autarquia. Às 12 badaladas, os olhos viram-se para o céu, para acompanhar o fogo-de-artifício que se solta da Praça da República.

Guarda

A mais “forte, farta, fria, fiel e formosa cidade” tem também os créditos da mais alta passagem de ano. Depois de dois anos sem poder iluminar a serra, escolheu estrelas à altura da entrada em 2023: Pedro Abrunhosa, artilhado de êxitos, do seu Comité Caviar e da fama comprovada de entertainer a toda a prova; Hybrid Theory, banda de tributo aos Linkin Park; e, na mesa de mistura, a dupla de DJ TwoBrother’s. O ponto de encontro é a Praça Luís de Camões, às 22h.

Coimbra

A cidade dos estudantes foi das poucas que não cancelou a festa no ano passado: optou por espaços amplos junto ao Mondego e por um réveillon online a partir do Convento de São Francisco. Agora, não há razão para deixar de dar “as boas-vindas a 2023 no coração da baixa”, nota a Câmara Municipal. A proposta é de “muita música e animação, numa noite que inclui ainda um majestoso espectáculo piromusical”; a garantia é de estar “tudo a postos para uma das maiores festas do país”.

Serão oito horas e meia de música, das 21h30 às 6h. No programa, desdobrado por três palcos, destacam-se os nacionais Per7ume, incumbidos de aquecer a multidão para a contagem decrescente, e os sucessos dos Gipsy Kings, trazidos pelo fundador Tonino Baliardo aos primeiros minutos de 2023. Entre eles, está a promessa de “um espectáculo piromusical que este ano será apoteótico (...), a desenhar nos céus a frase ‘Boas Vindas ao Novo Ano’”.

Marinha Grande

Anda comigo ver os aviões, Quem és tu miúda, Café Hollywood, Ray-dee-oh e Tonto de ti são alguns dos êxitos que marcam o percurso d’Os Azeitonas e que abriram caminho a um lugar de destaque na música portuguesa.

Esses temas, e mais uns quantos do novo álbum Reconstrução (lançado há um par de meses), deverão fazer-se ouvir na festa alinhada pelo município da Marinha Grande no Largo dos Pescadores da Praia da Vieira, a partir das 22h. A acompanhar o bater da meia-noite há um espectáculo de fogo-de-artifício, seguido pelas notas icónicas e nostálgicas de Smell’s Like 90’s.

Figueira da Foz

A festa figueirense faz da Avenida 25 de Abril a porta de entrada no novo ano. É à beira-mar, frente ao Mercure Figueira da Foz Hotel (antigo Grande Hotel), que se concentra a animação e se debita a contagem decrescente para 2023.

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DR/EGEAC

A celebração vem em dose dupla: começa na sexta (dia 30) com as actuações da Banda Contratempo, Bárbara Bandeira e Filipe Xavier Sax e DJ NS, e segue no sábado (dia 31) com o palco por conta de Bafo & João Peneda, Os Quatro e Meia, Terminal e DJ Stiff. As 12 badaladas são servidas com o tradicional fogo-de-artifício. Em ambos os dias, o relógio começa a contar a partir das 22h30.

Lisboa

Interrompida pelo contexto pandémico, a festa popular da capital torna a lançar os dados para celebrar a entrada no novo ano. Com a Praça do Comércio a dar o cenário ao manifesto, o programa vem com a lusofonia como mestre-de-cerimónias, inspirado na “Lisboa única na sua multiplicidade”, explica em comunicado a EGEAC, responsável pelo evento.

É este mosaico cultural que serve de base ao alinhamento da festa Viva 2023! e se materializa em palco com dezenas de músicos e outras tantas canções, de origens, influências e estilos diversos.

A cortina abre às 22h30 com Paulo Gonzo e a sua banda, encarregues de desfiar êxitos de uma carreira que conta já com mais de 40 anos. A meia-noite vem engalanada com um espectáculo de fogo-de-artifício de 12 minutos e banda sonora original criada pelo DJ Moullinex.

Depois, sobe ao palco uma “viagem ritmada que deambulará entre o fado, o funaná, as mornas e as coladeiras”. É conduzida pelas Batukadeiras X e por nomes como Fogo Fogo, Bonga, Cuca Roseta, Elida Almeida, Lura, Pongo e Samuel Úria.

Almada

O grande réveillon de Almada tem lugar à beira-Tejo, junto à Fragata D. Fernando II e Glória, a partir das 22h30.

De São Tomé e Príncipe para Cacilhas, a dupla Calema – formada pelos irmãos António e Fradique Mendes Ferreira – faz o aquecimento para 2023 ao som de êxitos como A nossa vez, Onde anda, O nosso amor ou Te amo. Com a kizomba a guiar os passos até ao novo ano, e depois do tradicional postal de pirotecnia, é a vez de Julinho KSD subir ao palco e mostrar de que é feito o seu rap.

Sesimbra

Fogo-de-artifício, música, laser e um réveillon subaquático. Depois de dois anos de interregno, a Baía de Sesimbra torna a fazer a festa. De pés na areia ou numa das colinas, a meia-noite é passada com vista para um espectáculo piromusical.

Trata-se de um Regresso à Música que, nota a autarquia, “procura representar o período em que vivemos afastados, em confinamento, e o retomar da normalidade e a alegria do reencontro presencial”. A dinâmica manifesta-se assim: excertos de requiems de Mozart e Verdi vão progressivamente dando lugar ao ânimo e à esperança através de valsas e marchas de Tchaikovsky e Strauss.

Também há quem conte as 12 badaladas debaixo de água: dezenas de mergulhadores pegam nas botijas e nas lanternas, fazem-se ao fundo do mar e movem-se numa coreografia que inclui um jogo de luzes projectado para a superfície. Repetem assim o movimento original de 2006, uma brincadeira de um grupo de amigos que, entretanto, se transformou numa das mais populares tradições da vila e das mais singulares do país.

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CM Seixal

À margem dos fogos e do réveillon subaquático, há música para dançar com o DJ Pedro Monchique em toda a marginal (a partir das 22h), bem como animação de rua e estabelecimentos abertos até ao raiar do novo ano.

Seixal

É com o rock despudorado dos Linda Martini que o Seixal se despede de 2022. O encontro está marcado para as 22h30, na zona ribeirinha de Amora, onde ecoarão as canções de Errôr, gravadas em 2021, em plena pandemia – Eu nem vi, E não sobrou ninguém, Horário de Verão e Taxonomia são apenas alguns dos exemplos –, a par de temas da safra antiga.

O fogo-de-artifício iluminará a Baía do Seixal para a entrada no novo ano. Os Lefty são os senhores que se seguem em palco, uma “mistura peculiar entre o punk, a new wave e a pop”, servidos por uma voz de “aceso inconformismo”, destaca a nota de imprensa.

Albufeira

Com “música, espectáculos de luz e cor, um vislumbre do passado medieval e gargalhadas”, a passagem de ano em Albufeira regressa revista e aumentada, depois de, há um ano, se ter limitado a fogo-de-artifício espalhado pelo concelho e uma banda sonora sintonizada na rádio.

A música fica a cargo de Rui Veloso. Na Praia dos Pescadores, às 22h, revê os temas mais emblemáticos da carreira e chama Tatanka a participar. À rede vêm também um “mega espectáculo piromusical aquático” e “uma performance de skydive artístico” que junta luz, pirotecnia e coreografia aérea.

Mas o réveillon não se esgota na praia nem na data. Quando menciona um “vislumbre do passado”, a organização refere-se à feira Paderne Medieval. Entre 29 de Dezembro e 1 de Janeiro, convida para uma viagem ao século XIV com direito a arruadas, cortejos, bailias, demonstrações de armas, dramatizações, “comidas e beberes com sabores dos três credos”, tomada do castelo, torneios, acampamento castrense e muito mais.

No programa de fim de ano, só as gargalhadas são pagas. O fornecedor é o Solrir, festival de comédia que, na 16.ª edição, conta com António Raminhos, Luís Filipe Borges e Vasco Correia a 30 de Dezembro e com Hugo Sousa e Abdiás Melo – o humorista brasileiro entrevistado pela RTP quando estava “preso” em voos cancelados no aeroporto de Lisboa – no primeiro dia do ano (sempre às 21h30, no Palácio de Congressos do Algarve; 15€/dia ou 28€/passe).

Funchal

No que toca à arte de bem receber o novo ano, a ilha da Madeira não deixa os créditos por mãos alheias. É na baía do Funchal que se concentram as atenções, mas o espectáculo de pirotecnia passa por dezenas de estações, entre a praia, o mar e a Ilha de Porto Santo.

A abrir o apetite para o monumental fogo-de-artifício, no Parque de Santa Catarina, a partir das 22h, estão as actuações de Galáxia (Vasco Freitas), Miguel Pires num tributo a Elton John e DJ Sérgio Soares. São acompanhadas por barraquinhas de “comes e bebes”, dinamizadas pelas juntas de freguesia e harmonizadas com notas solidárias: as receitas de cada banca revertem para o apoio a famílias carenciadas locais.

Notícia actualizada para incluir alterações ao réveillon de Vila Nova de Cerveira: a organização anunciou o cancelamento do fogo-de-artifício e a concentração de toda a festa no Pavilhão Multiusos, "devido à previsão de condições climatéricas adversas".

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