Rússia quer aumentar novamente o número de efectivos das Forças Armadas
Vladimir Putin fez um discurso sobre os desafios colocados pela guerra na Ucrânia, falando sobre drones, comunicações e armas nucleares. “Não temos restrições de dinheiro”, disse no fim.
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Pela segunda vez neste ano, a Rússia decidiu aumentar o número de efectivos das suas Forças Armadas – desta vez em cerca de um terço, de 1,15 milhões para 1,5 milhões de homens.
O ministro da Defesa, Serguei Shoigu, defendeu essa necessidade perante o Presidente, Vladimir Putin, numa cerimónia com os principais líderes militares do país. Para “garantir a resolução de problemas relacionados com a segurança militar da Rússia”, disse Shoigu, será necessário que cerca de 695 mil soldados sejam profissionais.
No Verão, segundo a Reuters, Putin tinha autorizado por decreto a contratação de 173 mil homens para que no início de 2023 as Forças Armadas russas tivessem 1,15 milhões de efectivos. A estes somam-se os mais de 300 mil soldados recrutados através de uma mobilização parcial que gerou grande controvérsia.
Shoigu defendeu igualmente esta quarta-feira que o intervalo de idades em que os homens russos podem ser chamados a prestar serviço militar obrigatório deve passar dos 18 a 27 anos para os 21 a 30 anos. E anunciou a criação de bases militares russas nas cidades ucranianas ocupadas de Berdiansk e Mariupol.
Na mesma cerimónia, Putin fez um longo discurso em que manifestou a sua concordância com as propostas do ministro da Defesa e prometeu “cumprir todos os [seus] planos” militares. “A capacidade de combate das nossas Forças Armadas está a aumentar de dia para dia e vamos certamente acelerar este processo”, garantiu o Presidente russo, argumentando que “o potencial militar e as capacidades de quase todos os países relevantes da NATO estão a ser usadas largamente contra a Rússia.”
A intervenção de Putin centrou-se sobretudo nos desafios colocados pela “operação militar especial” e debruçou-se com detalhe sobre vários aspectos operacionais, como a frota de drones, os sistemas de comunicação na frente de batalha, a promoção de soldados dentro da hierarquia militar ou o estado do arsenal nuclear.
“Vamos continuar a manter e melhorar a prontidão de combate do arsenal nuclear”, avisou o chefe de Estado russo.
Já para o fim do discurso, uma garantia: “Não temos restrições de dinheiro. O país, o Governo vai providenciar tudo aquilo que o Exército pedir, qualquer coisa.”