Sr. ministro, sem professores não há ministros!
No dia em que já não houver professores, em que todos decidirem ir embora, talvez o sr. ministro ou os que vierem se recordem destas palavras: os professores são a base da sociedade.
Não há ministros, não há engenheiros, não há médicos, não há advogados, não há nada.
Não sei se sabe que os professores são a base de uma sociedade. São eles que formam os profissionais, aqueles que são tão bons que as empresas estrangeiras os vêm buscar e lhes oferecem ordenados que Portugal não lhes paga.
Sim, são os professores que os formam, sabia? Os da primária, os do segundo, do terceiro ciclos, os do secundário e os da faculdade. E se não tiverem umas boas “bases”, não irão longe… Ora, sendo assim, todos os professores são importantes!
E não só em termos de conhecimento, mas também em termos de cidadania. A educação que os professores incutem aos seus alunos também é importante, uma vez que os pais estão tão ocupados a trabalhar. Os pais têm de confiar! Se não o fizeram, os filhos também não o farão. É uma questão de princípio.
Porém, os princípios vêm de cima e têm de ser os dirigentes a dar as grandes lições. Assim sendo, têm de compreender que os professores são as canas da sociedade, aquelas que ensinam as pessoas a pescar. O que está a acontecer atualmente é uma política de baixo esforço. Embora eu seja professora de Português, tenho a clarividência, talvez herdada pelo meu pai, formado em Economia, de que não se deve dar o peixe, deve-se, sim, ensinar a pescar. Ora, ao dar-se subsídios sobre subsídios não se resolve o problema.
Apostem na formação. Levem as pessoas para as escolas. Deem aos professores bons motivos para ensinar, motivando os alunos a aprender. Quem quer ensinar e sujeitar-se a levar um pontapé, a ser insultado, a ficar longe de casa, a ganhar miseravelmente, a não progredir na carreira, a não ser reconhecido? Ninguém! Está tudo errado! O ensino precisava de uma reviravolta! Uma daquelas em que um professor seria o mestre dos anos 80, aquele com quem eu aprendi, aquele que eu respeitei e que me fez escolher ser quem eu sou hoje.
No dia em que já não houver professores, em que todos decidirem ir embora, talvez o sr. ministro ou os que vierem se recordem destas palavras: os professores são a base da sociedade. Sem eles não há ministros. Nem a sociedade fará qualquer sentido, sr. ministro. Por isso, abra bem os seus ouvidos. Há grandes lições a aprender! Ser humilde é uma grande virtude que só cabe aos grandes sábios!
A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico