Há escolas e universidades encerradas por causa do mau tempo. Escolas de Oeiras encerram

Ministério da Educação não tem conhecimento de escolas inundadas. Escolas na zona de Lisboa estão a encerrar e a mandar alunos para casa.

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A freguesia de Algés foi outra vez uma das mais afectadas D.R.

As escolas de Lisboa continuam abertas nesta terça-feira, mas "no âmbito da sua autonomia podem decidir encerrar", confirmou fonte do gabinete de comunicação do Ministério da Educação (ME). E, ao longo da manhã, são cada vez mais as escolas a optar por encerrar devido ao mau tempo, estando algumas direcções a chamar os encarregados de educação para irem buscar as crianças, segundo uma ronda feita pela Lusa. A tutela não tem conhecimento de escolas inundadas.

"Em consequência das condições atmosféricas e dos respectivos efeitos já sentidos e expectáveis, após um levantamento efectuado pela Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, e verificando-se limitações à circulação, nomeadamente, na área de Lisboa e Vale do Tejo e no Alentejo, entende o Ministério da Educação esclarecer que, no âmbito da sua autonomia, os Directores dos Agrupamentos de Escolas e Escolas Não Agrupadas decidem sobre o encerramento dos espaços escolares (o que já aconteceu em alguns casos) em função da avaliação das condições de funcionamento e das recomendações da Protecção Civil", escreve o ME numa nota enviada às redacções.

Escolas mandam alunos para casa

Saldanha, Benfica, Alvalade, Olivais e Parque das Nações são alguns dos bairros lisboetas onde muitas escolas começaram o dia com aulas, mas entretanto optaram por encerrar. Há casos em que os funcionários não conseguiram chegar às escolas devido às condicionantes do trânsito e outros ainda em que as direcções estão a optar por fechar por questões de segurança.

O Instituto Espanhol de Lisboa suspendeu as aulas por causa das inundações naquela zona, com várias lojas e habitações afectadas. O mesmo sucedeu com o Liceu Pedro Nunes, na Avenida Álvares Cabral, com o Filipa de Lencastre, em Alvalade, com a Escola Gil Vicente, na Graça, e com o Camões, no Saldanha. A Voz do Operário está também a pedir aos encarregados de educação que vão buscar os alunos.

No bairro de Benfica, várias escolas foram encerrando as portas ao longo da manhã, segundo relatos feitos à Lusa por encarregados de educação. A Secundária José Gomes Ferreira, do agrupamento de escolas de Benfica, começou por abrir, mas “por volta das “9h já estava encerrada”, contou à agência de notícias a mãe de uma aluna.

Também os alunos da Pedro de Santarém, do mesmo agrupamento, foram mandados para casa, depois de os blocos B e C terem ficado inundados.

Ainda no bairro de Benfica, as escolas Quinta de Marrocos e Básica Salvado Sampaio também estão sem aulas, ao contrário da Escola Básica Jorge Barradas, que às 10h permanecia aberta.

Os encerramentos repetem-se também nas escolas Teixeira de Pascoais (Alvalade), Eugénio dos Santos e Rainha Dona Leonor, Eça de Queiroz, nos Olivais, assim como na António Damásio, ali perto.

Há casos em que as escolas estão a chamar os pais para irem buscar os alunos “por considerarem que não existem condições”, como aconteceu de manhã na Escola Parque das Nações. Às 10h30, a Escola Virgílio Ferreira, em Telheiras, permanecia aberta.

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Mau tempo em Lisboa TIAGO PETINGA/LUSA

Alguns colégios encerrados

Também há colégios encerrados, como o Jardim Infantil Pestalozzi ou o Colégio do Bom Sucesso. Já o Colégio Manuel Bernardes informou que a escola ia fechar à tarde e os encarregados de educação dos alunos do Colégio S. José, no Restelo, foram também contactados para irem buscar os alunos.

O Conservatório de Música, que fica na zona de Belém, também está fechado, assim como a Escola de Jazz Luiz Villas-Boas, que fica ali perto.

Na Portela, a Escola Secundária da Portela, conhecida por Arco Íris, “está a funcionar a meio gás”, contou à Lusa a mãe de uma aluna que explicou que às 10h algumas turmas continuavam a ter aulas enquanto outras tinham regressado para casa.

Durante a manhã, a Escola Almeida Garrett, em Alfragide, Amadora, permanecia aberta, com alunos a brincar no recreio, não havendo qualquer sinal de inundações, revelou um vizinho da escola em declarações à Lusa.

Ao mau tempo e dificuldades dos funcionários em conseguirem chegar às escolas, soma-se a greve de professores convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (S.TO.P.).

Em Odivelas, por exemplo, no agrupamento de escolas 2/3 António Gedeão está a registar-se esta terça-feira uma paralisação quase total de docentes.

Escolas de Oeiras encerradas

Em Oeiras todas as escolas vão encerrar, anunciou o presidente da Câmara Municipal. "As escolas vão todas encerrar. Pedimos aos encarregados de educação que, na medida do possível, vão buscar os seus educandos, particularmente os mais pequenos, porque de acordo com as informações que temos, a situação pode agravar-se", disse Isaltino Morais.

O autarca explicou que o ideal é que as crianças sejam todas recolhidas até à hora do almoço. "O nosso objectivo é garantir todas as condições de segurança, por isso pareceu-nos uma medida clara o encerramento das escolas", acrescentou.

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Loures encerrou diversas escolas

A Câmara de Loures decidiu encerrar algumas escolas do concelho por “razões objectivas” como falta de funcionários ou por inundações provocadas pelo mau tempo. De acordo com fonte da Câmara Municipal, estão encerrados o Agrupamento de Escolas José Afonso (Escola Secundária José Afonso, básica Maria Veleda, Jardim de Infância de Frielas, básica Fernando de Bulhões, básica de Frielas e básica da Flamenga), além da Escola Secundária de Camarate.

Encontra-se igualmente encerrado o Agrupamento de Escolas Maria Keil (escola básica Maria Keil, básica nº 1 da Apelação e Jardim de Infância da Apelação) e também o Agrupamento de Escolas João Villaret (escolas básicas de Santo Antão do Tojal e do Infantado).

Ainda segundo a mesma fonte, está ainda a ser equacionado o fecho da escola João Villaret, por falta de funcionários.

Universidades em Lisboa mantêm-se abertas

Algumas instituições de ensino superior da zona de Lisboa suspenderam as actividades presenciais devido ao mau tempo, mas há universidades que vão manter-se abertas e a funcionar, permitindo que algumas aulas decorram online.

O gabinete de imprensa da Universidade de Lisboa (UL) confirmou à Lusa que as faculdades estão abertas, mas “a funcionar com a indicação de maior tolerância, nomeadamente com aulas online para quem não o pode fazer presencialmente”.

A Faculdade de Direito da UL foi mais longe e decretou, num despacho da directora, o adiamento das avaliações marcadas para esta terça-feira e a suspensão das actividades lectivas presenciais, que serão substituídas por aulas online. Também os trabalhadores não docentes foram dispensados do trabalho presencial.

O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da UL tomou uma decisão semelhante, tendo comunicado, através das redes sociais, a suspensão das aulas presenciais.

Já o ISCTE-IUL optou por permitir que os trabalhadores impossibilitados de se deslocarem à instituição, devido aos constrangimentos causados pela chuva, trabalhem a partir de casa, mas as actividades lectivas mantêm-se.

Em resposta escrita enviada ao PÚBLICO, a instituição refere que "o ISCTE encontra-se em pleno funcionamento". "Até ao momento não foi dada tolerância aos alunos e docentes para realizarem/ acompanharem as aulas e avaliações online", lê-se na mesma nota.

No Instituto Superior Técnico foi enviado um e-mail a aconselhar que ninguém fosse para as instalações. Também encerrado está o Instituto Superior de Agronomia, na Ajuda.

Da Universidade Nova de Lisboa, o director da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, numa comunicação interna, admitiu o recurso às aulas online “se necessário” e decretou que “as faltas decorrentes desta situação devem considerar-se justificadas”.

Há, por outro lado, faculdades que, até ao momento, não comunicaram qualquer decisão.

Devido às condições meteorológicas ocorridas durante a noite e que ainda se fazem sentir no momento, com estradas intransitáveis e transportes públicos com perturbações, a Protecção Civil pediu à população que se ponderem as deslocações.

Em declarações à Antena 1 durante a manhã, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, referiu que o vereador da Educação está em comunicação com o Governo sobre o fecho de escolas em Lisboa, "porque têm de ser decisões coordenadas". "Neste momento temos de actuar, e actuar é dizer às pessoas que se estiverem fora de Lisboa para não virem, se tiverem os filhos longe da escola que não venham", disse. "Há pessoas que vivem perto da escola e que estão a ir à escola."

"Não foi dada ordem de fecho oficial, mas foi dado o alerta do presidente da Câmara de Lisboa para que as pessoas que estão longe que não venham para Lisboa e que também não vão às escolas ou ao trabalho porque a situação ainda é complicada até por volta do meio-dia", rematou. com Lusa

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