João Costa vaiado por professores em greve

Futuro da greve por tempo indeterminado será decidido num plenário de professores que se seguirá à manifestação marcada pelo Stop para o próximo sábado.

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Ministro da Educação vaiado no Centro Cultural de Alcochete Nuno Ferreira Santos

Nas redes sociais de professores já está marcado o próximo "encontro" com o ministro da Educação. Será quarta-feira, pelas 14h, na Maia, onde João Costa se deslocará para se reunir com directores da região. A divulgação da agenda é acompanhada por este apelo: “Apelamos aos colegas do Grande Porto para receberem o ministro.”

Nesta segunda-feira, a “recepção” esteve a cargo de professores da margem Sul do Tejo, que se concentraram frente ao Centro Cultural de Alcochete onde acolheram o ministro, que estava de visita, com uma vaia sonora. “Há uma grande indignação entre os professores com os concursos de colocação, as quotas para progressão na carreira e as questões salariais. A maioria de nós ganha hoje menos do que em 2008”, relatou aos jornalistas um dos docentes presentes.

Esta espera foi um dos marcos do segundo dia da greve por tempo indeterminado convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (Stop). O outro foi o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa à porta da Escola Básica e Secundária de Ourém, onde o Presidente tinha uma palestra agendada. “Os professores são fundamentais para garantir a justiça, igualdade e o progresso do país. Queixam-se muitas vezes com razão das suas condições, naturalmente é uma preocupação que eu, como professor, acompanho desde sempre, é uma preocupação muito justa”, comentou Marcelo depois de falar com os docentes em greve.

A convocação desta greve por tempo indeterminado seguiu-se a propostas apresentadas pelo Ministério da Educação aos sindicatos no sentido de se criarem procedimentos municipais de colocação de professores, que passariam pela sua distribuição por escolas a ser feita por conselhos locais de directores, em função dos perfis dos docentes.

"A luta começou a sério"

À semelhança do que sucedeu na sexta-feira, professores em greve em dezenas de escolas concentraram-se frente às instalações para explicar aos pais as razões do seu protesto e tentar mobilizar outros colegas para o protesto. Ao final da tarde também se realizaram manifestações à porta de várias câmaras municipais. “Faça chuva ou faça sol, a luta começou a sério", escreveu no seu blogue a professora de História Anabela Magalhães, ao dar conta do protesto em Amarante. Esta docente, que se destacou nos movimentos independentes que ampliaram a contestação a Maria de Lurdes Rodrigues, já fez saber que continuará “em greve toda a semana”. “Tenho muitas razões para iniciar a greve. Invocarei apenas uma – o tempo de serviço de um trabalhador não se rouba. Conta-se! É coisa para ser sagrada e intocável e um Governo de Costa teve o desplante de mo roubar”.

O dirigente do Stop, André Pestana, anunciou, entretanto, que o futuro desta greve será decidido num plenário de professores que se seguirá à manifestação já convocada para o próximo dia 17 no Marquês de pombal, em Lisboa. Pestana indicou ainda que todos os outros sindicatos de professores foram convidados a participar.

As duas maiores estruturas sindicais de professores, Fenprof e FNE, e outros oito sindicatos independentes não aderiram a esta greve. “Não tem sentido, neste momento, entrarmos em determinado tipo de acções absolutamente radicalizadas num momento em que está suspensa a negociação”, justificou o líder da Federação Nacional de Professores, Mário Nogueira. O Ministério da Educação adiou o prosseguimento das negociações sobre os concursos para o próximo ano.

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