Alemanha, Espanha, Croácia e Bélgica, todas num só dia de Mundial
Quarta-feira “gorda” no Campeonato do Mundo, com quatro selecções com predicados e ambições a subirem ao relvado.
A velha máxima do futebol, que termina com “no fim ganha a Alemanha”, tem estado sobrevalorizada, depois dos insucessos da selecção germânica no Mundial 2018 (eliminada na fase de grupos) e Euro 2020 (oitavos-de-final). Talvez, por isso, os alemães se apresentem no Campeonato do Mundo do Qatar com uma motivação extra de fazer esquecer os últimos resultados nessas competições. Mas também a Espanha quer voltar aos grandes títulos, como o obtido no Mundial 2010, que intercalou dois triunfos nos Europeus. Em sentido oposto, estão a Croácia e a Bélgica, que terão de confirmar os melhores resultados de sempre alcançados no Mundial 2018.
Alemanha-Japão
Será um duelo inédito em Mundiais, mas em que os alemães estarão de sobreaviso diante do Japão, com quem empataram no último particular (2-2), em 2006. Leroy Sané, lesionado no joelho direito, está fora e Thomas Muller, tocado numa anca, só retomou os treinos no sábado, pelo que deverá começar no banco. Estas ausências poderão facilitar a entrada de Youssoufa Moukoko, de 18 anos, que poderá tornar-se no mais jovem alemão a estrear-se num Mundial.
O Japão está a participar pela sétima vez consecutiva em Mundiais e, no Qatar, apresenta um número recorde: 20 dos 26 convocados jogam fora do Japão – entre os quais Hidomasa Morita, do Sporting – e oito actuam em equipas alemãs.
Espanha-Costa Rica
Luis Enrique estreia-se num Mundial enquanto treinador, depois de ter representado a Espanha como jogador nas edições de 1994, 1998 e 2002. E, para o primeiro confronto do Grupo E, com a Costa Rica, vai poder contar com todos os elementos, incluindo Hugo Guillamón, que perdeu os dois últimos jogos de preparação, Alvaro Morata e Dani Carvajal, que falharam alguns treinos devido a gripes. “La Roja” apresenta uma equipa que mescla jogadores mais experientes como Aymeric Laporte (28) e Sergi Busquets (34) com jovens talentosos como a dupla de médios do Barcelona, Gavi (18 anos) e Pedri (19 anos) – dignos sucessores de Xavi e Iniesta, que se estrearam na selecção quando tinham 22 anos.
A Costa Rica vai entrar em prova sem ter podido realizar, na quinta-feira, o agendado encontro de preparação, frente ao Iraque, devido a problemas administrativos surgidos quando chegaram à fronteira. Mesmo assim, os “ticos” estão motivados e contam com a experiência de alguns jogadores que estiveram no Mundial 2018, como o guarda-redes Keylor Navas e o médio ofensivo Bryan Ruiz (esse mesmo, que jogou no Sporting).
Marrocos-Croácia
A Croácia não quer apoiar-se no que se passou há quatro anos, quando se tornou vice-campeã mundial, derrotada apenas pela França. O seu principal ídolo, Luka Modric, sabe que tudo começa do zero, mas é no médio de 37 anos, a competir no seu quarto Mundial, que recai a tarefa de comandar a equipa, em que pontificam igualmente Ivan Perisic, Mateo Kovacic e Marcelo Brozovic.
Marrocos vai na sexta presença em Mundiais e segunda consecutiva após ter, na Rússia, ficado pela fase de grupos. Uma boa notícia é o regresso do avançado do Chelsea, Hakim Ziyech, graças ao novo treinador Walid Regragui que, em Agosto, substituiu Vahid Halilhodzic no comando. O primeiro objectivo de Regragui é melhorar o registo da selecção em Mundiais: em 16 encontros só ganhou dois, frente a Portugal e Escócia.
Bélgica-Canadá
O avançado Romelu Lukaku continua sem se treinar devido a lesão muscular na perna esquerda que o tem mantido longe da competição desde 29 de Outubro, quando actuou pela última vez pelo Inter de Milão. As esperanças de contar com Lukaku na fase de grupos mantém-se, mas até lá o lugar no ataque belga deverá ser ocupado por Michy Batshuayi. Kevin De Bruyne é a estrela da Bélgica – que ocupa o segundo lugar do ranking FIFA, atrás do Brasil – e apresenta uma equipa muito experiente, com destaque para Ian Vertonghen, que já contabiliza 142 internacionalizações, e Eden Hazard (124).
Contente está o seleccionador canadiano John Herdman, por poder contar com Alphonso Davies. Lesionado a 5 de Novembro, ao serviço do Bayern Munique, o lateral esquerdo não actuou nos dois últimos encontros de preparação, mas recuperou os índices físicos para ser opção para a equipa titular, em que deverá estar igualmente Stephen Eustáquio, do FC Porto. Recorde-se que esta é a primeira presença dos “canucks” num Mundial desde 1986.