Contacto pele com pele aumenta as probabilidades de sobrevivência dos prematuros
A Organização Mundial de Saúde considera que o contacto e a amamentação de imediato podem salvar 150.000 vidas anualmente.
Os bebés que nascem prematuros ou demasiado pequenos devem ser mantidos em contacto “pele com pele” com um cuidador em vez de serem colocados numa incubadora, logo após o seu nascimento, de maneira a aumentar as probabilidades de sobrevivência, avança a Organização Mundial de Saúde (OMS).
As novas directrizes em torno dos “cuidados maternos no método canguru” representam uma mudança significativa em relação aos actuais protocolos para bebés prematuros e aos conselhos anteriormente dados pela agência de saúde da Organização das Nações Unidas. As directrizes são também particularmente pertinentes para os nascimentos que ocorrem em áreas com pouco acesso à tecnologia e electricidade fiável, explica a OMS.
“Estas directrizes mostram que a optimização dos resultados para estes bebés pequenos nem sempre está relacionada com o fornecimento de soluções altamente tecnológicas”, declara Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS.
As directrizes aplicam-se a todos os bebés nascidos antes das 37 semanas de gravidez ou com peso inferior a 2,5 kg, excepto os bebés que necessitem de apoio respiratório, ventilação mecânica ou que se encontrem em choque.
Os “cuidados maternos no método canguru” consistem em envolver os recém-nascidos prematuros ou pequenos numa faixa utilizada pelo cuidador, geralmente a mãe, em vez de os separar dos pais após o seu nascimento para a prestação de cuidados.
Com frequência, os bebés nascidos prematuramente têm pouca gordura corporal e podem ter problemas em regular a sua temperatura ou respiração. Anteriormente, as recomendações solicitavam que a sua condição fosse estabilizada numa incubadora após o nascimento, o que, segundo a OMS, demorava normalmente entre três a sete dias.
As investigações mais recentes demonstram que começar com “cuidados maternos no método canguru” e encorajar a amamentação de imediato, em vez de o fazer apenas após estabilizar os bebés, poderia salvar até 150.000 vidas por ano.
A Organização Mundial de Saúde afirma que a mudança requer que se repense a forma como os bebés mais pequenos são tratados, incluindo um maior apoio para que as famílias permaneçam juntas. O cuidado pele com pele o mais cedo possível é já o padrão de ouro para bebés saudáveis nascidos a termo.
Globalmente, 15 milhões de bebés por ano, ou um em cada dez, nascem prematuros, e 20 milhões têm pouco peso à nascença. A prematuridade é a principal causa de morte de crianças com menos de cinco anos.