Colecção de Paul Allen atingiu um total de 1,6 mil milhões de dólares
Na segunda ronda do leilão do acervo do co-fundador da Microsoft foram vendidas 95 obras por cerca de 116 milhões de dólares, montante que a consagra como a colecção privada mais valiosa de sempre.
Se dúvidas havia, a segunda ronda do leilão da colecção de arte do co-fundador da Microsoft, Paul Allen, dissipou-as: este é definitivamente o leilão mais caro da História, a partir do acervo de um proprietário individual.
Depois de um primeiro dia repleto de recordes astronómicos – Les Poseuses, de Georges Seurat, 149,2 milhões de dólares; Birch Forest, de Gustave Klimt, 104,6 milhões; La Montaigne Sainte-Victoire, de Cézanne, 137,8 milhões –, na noite de quinta-feira foram vendidas mais 95 obras por um total de 115,863 milhões de dólares.
Valores milionários, entre mais uns quantos recordes, que, ainda assim, não chegam aos calcanhares dos 1,5 mil milhões de dólares atingidos na noite anterior com as 60 peças levadas à praça pela Christie’s, de uma colecção composta por 150 obras que abarcam 500 anos da história da arte. No total, este leilão histórico rendeu 1,6 mil milhões de dólares. As receitas vão ser integralmente destinadas para instituições e actividades de filantropia, cumprindo-se assim o pedido de Paul Allen, que morreu de cancro em 2018, aos 65 anos.
Na segunda noite do leilão, Typewriter Eraser, Scale X, de Claes Oldenburg e Coosje Van Bruggen foi arrematada pelo preço recorde de 8,4 milhões de dólares, a venda mais cara desta última ronda. Red No.1, de Sam Francis, outro recorde, bateu os 6,7 milhões. Entre o top de vendas constam obras como L’homme au papillon, de Jean Dubuffet, arrematada por 4,8 milhões; Disques Verticales, de Alexander Calder, por 4,5 milhões; Pain Cans, de Wayne Thiebaud, 4,3 milhões; Infinity Nets (T.W.A), de Yayoi Kusama, quatro milhões; Sand Hill, Alcalde, de Georgia O’Keeffe, 2,4 milhões; Eventide, de Roy Lichtenstein, 1,3 milhões; La Belle et la Bête, de Pablo Picasso, 1,9 milhões; ou Diego (Tête sur socle cubique), de Alberto Giacometti, que atingiu também um novo máximo, 1,6 milhões.
Encerradas as vendas, a colecção de Paul Allen, reunida durante 26 anos, torna-se, assim, o acervo privado mais valioso de sempre. Atravessa várias épocas, movimentos e estéticas, do renascentismo ao impressionismo, da arte moderna à arte contemporânea. Além dos artistas já referidos, este leilão incluiu obras de Canaletto, Brueghel, o Jovem, Claude Monet, Paul Klee, Wassily Kandinsky, René Magritte, Jasper Johns, Edward Hopper, Man Ray, Louise Bourgeois, Ed Rusha, David Hockney ou Bruce Nauman.