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Greve de tripulantes de cabina seria “um desastre”, diz presidente executiva da TAP

Christine Ourmières-Widener diz que está disponível para discutir com Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil a proposta do novo acordo de empresa que foi apresentada.

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Christine Ourmières-Widener, presidente executiva da companhia aérea João Relvas/Lusa

Caso os tripulantes de cabina da TAP decidissem por uma greve, isso seria “um desastre” para a companhia aérea, afirmou aos jornalistas a presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, no âmbito da apresentação de resultados.

Reconhecendo esse direito, a gestora afirmou que não entendia o porquê dessa hipótese estar em cima da mesa na reunião agendada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) para esta quinta-feira, na sequência da apresentação da proposta de um novo acordo de empresa (AE). “É uma proposta”, vincou, “que estou disponível para discutir”. Uma greve, destacou Ourmières-Widener, “iria prejudicar todo o bom trabalho feito até agora”.

Esta quarta-feira, a TAP apresentou as contas do terceiro trimestre, interrompendo uma série de prejuízos ao revelar um lucro de 111,3 milhões de euros (que passa a 31,8 milhões, sem o efeito de medidas cambiais). Desde Janeiro até Setembro, a companhia registou um prejuízo de 90,8 milhões.

Do lado do SNPVAC, o sindicato liderado por Ricardo Penarroias já classificou a proposta de novo Acordo de Empresa (AE) de “inenarrável”, tendo convocado uma assembleia geral com carácter de urgência. “Chegou o momento de a direcção, em conjunto com os seus associados, debater o actual momento da empresa e apresentar as conclusões sobre a proposta de AE enviada pela TAP, além de deliberar eventuais medidas a tomar — não descartando o recurso à greve”, afirmou o SNPVAC.

Na apresentação dos resultados foi referido pela transportadora que os novos AE, que substituirão os anteriores e os acordos de emergência assinados pelos vários sindicatos no ano passado, “são um passo crítico para o futuro da TAP”. Para a empresa, esses novos acordos visam “promover crescimento e desenvolvimento pelo desbloqueio da produtividade”.

Questionada sobre o possível cancelamento de 400 voos até ao final do ano anunciado pelo SPAC, com o sindicato a falar em falhas de gestão e a dizer que a empresa quer usar as licenças de trabalhadores como desculpa, a gestora afirmou que ainda nada está decidido sobre o número de voos a eliminar.

De acordo com Ourmières-Widener, a TAP vai sofrer os impactos negativos da instalação do novo sistema de radar em França, tal como está a acontecer agora em Lisboa, referindo também a questão das licenças de apoio à família: estas, diz, sendo legais, acumulam-se no Natal, o que dificulta a operação. Este ano, referiu, houve um aumento de cerca de 10% face ao ano passado, com cerca de 300 trabalhadores a ter esta licença, a esmagadora maioria dos quais são tripulantes de cabina (que são perto de 3000).

Conforme noticiou o PÚBLICO, a TAP enviou a 16 de Outubro um comunicado aos tripulantes de cabina no qual pedia aos trabalhadores para anteciparem a comunicação de ausência na época do Natal até ao final desse mês, quando a data-limite prevista para a submissão de licenças é o dia 10 de Novembro. Para a empresa, essa antecipação permite “uma maior capacidade de gestão”.

“Ainda que estejamos a reforçar o quadro de PNC [pessoal navegante comercial], o facto é que, se tivermos muitos tripulantes ausentes nesta fase, nomeadamente no âmbito de licenças, não conseguiremos passar por este período sem grande disrupção na operação”, referiu a TAP.

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