Nova linhagem da Ómicron pode aumentar contágios nas próximas semanas, alerta ECDC

As previsões do ECDC indicam que a BQ.1 e a sua sublinhagem BQ.1.1 se tornarão dominantes até Dezembro.

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A sublinhagem BQ.1.1 tem aumentado de frequência em Portugal Reuters/ARND WIEGMANN

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou esta sexta-feira para a possibilidade de uma nova linhagem da variante Ómicron passar a ser dominante na Europa até Dezembro, o que poderá provocar um aumento de contágios.

As previsões do ECDC indicam que a “BQ.1 e a sua sublinhagem BQ.1.1 se tornarão dominantes na UE/EEE (União Europeia e Espaço Económico Europeu) entre meados de Novembro e o início de Dezembro de 2022”, adiantou o centro europeu em comunicado.

Caso se confirme essa previsão, poderá verificar-se na Europa um aumento do número de casos de covid-19 nas próximas semanas, de acordo com a actualização epidemiológica hoje divulgada.

Estudos laboratoriais preliminares na Ásia indicam que a BQ.1 tem a capacidade de escapar à resposta do sistema imunológico, mas, de acordo com os dados disponíveis, “não há evidência que possa estar associada ao aumento da gravidade da infecção em comparação com as variantes BA.4 e BA.5 da Ómicron”, sublinhou o ECDC.

De acordo com o último relatório do Instituto Ricardo Jorge (INSA), a sublinhagem BQ.1.1 tem aumentado de frequência em Portugal, chegando aos 4,9% nas últimas semanas.

O ECDC disse esperar que a BQ.1 (em conjunto com a sublinhagem BQ.1.1) seja responsável por mais de 50% das infecções até ao início de Dezembro, uma prevalência que deve subir para os 80% no início de 2023.

“Pelo menos cinco países da UE/EEE detectaram a circulação” da BQ.1 na semana de 3 a 9 de Outubro, adiantou ainda o centro europeu, ao avançar que a França, Bélgica, Irlanda, Países Baixos e Itália foram os países que registaram as percentagens mais elevadas nas amostras recolhidas.

Fora da UE/EEE, os países com maiores percentagens registadas nas amostras recolhidas no início de Outubro são a Suíça (9%) e o Reino Unido (8%).

“Os países devem permanecer vigilantes para sinais de emergência e disseminação da BQ.1 e manter uma testagem representativa”, assim como monitorizar as taxas de casos de covid-19 e os indicadores de hospitalizações, especialmente em pessoas com 65 ou mais anos, salientou a directora do ECDC, Andrea Ammon, citada no comunicado.