Nem onda vermelha, nem maré de pistolinha. E agora, Brasil?
A disputa da segunda volta a ser centrada na rejeição alheia. Enquanto as pesquisas indicam uma tendência para vitória de Lula da Silva, a prudência e o passado recomendam cautela e a capacidade de compreender que as sondagens não dão conta do voto envergonhado.
Stefan Zweig chamou ao Brasil o “país do futuro”. Mas as exaltações poéticas e as ansiedades por um amanhã de progresso são como um café amargo no país do Carnaval. O passado não é uma esquina que se dobra, mas antes uma espessa camada de terra que o vento atira para todos os cantos daquele imenso país, que se desconhece e desconfia mutuamente, que é feito de profundos contrastes que só é uno pela sua formação enquanto Estado, ainda assim composto de estados dentro de si. A sua forma de Estado é a sua forma de estar: diverso; nos tempos, no crescimento, na composição étnico-racial, nas múltiplas formas de tradição. Das lavadeiras do rio São Francisco até ao coração de São Paulo vai todo um mundo.
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