Marcelo dois em um: desrespeitar as vítimas, minar a comissão independente

A consequência mais nefasta do comportamento de Marcelo foi minar a credibilidade da comissão independente, ao sugerir que esta lhe deu acesso privilegiado a informação sujeita ao dever de sigilo.

Quando confrontado com a conferência de imprensa da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa começou por definir o universo de pessoas que tiveram contacto com membros do clero: “Não há limite de tempo para estas queixas; há queixas que vêm de pessoas de 90 anos, 80 anos e que fazem denúncias relativamente ao que sofreram há 60, ou há 70, ou há 80 anos, (...) o que significa que estamos perante um universo de pessoas que se relacionam com a igreja católica de milhões de jovens ou muitas centenas de milhares de jovens.” Logo, “400 casos não me parece que seja particularmente elevado”, disse.

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