Marcelo aguarda resultados finais das eleições e realça importância da Itália na UE

Marcelo sublinha que um aspecto essencial é a estabilidade das potências europeias, pelo que esta “é a eleição europeia mais importante nos próximos tempos”.

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“Obviamente, a Itália é muito importante porque é uma das grandes nações europeias", diz Marcelo LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aguarda os resultados finais das eleições legislativas em Itália, que darão o “retrato final da situação”, realçando a importância deste país para a União Europeia.

Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre as eleições italianas em resposta aos jornalistas, durante um encontro com emigrantes e luso-descendentes em Gustine, condado de Merced, na Califórnia, quando passava das 2h de segunda-feira em Portugal continental, fim de tarde de domingo na Costa Oeste dos Estados Unidos, onde são menos oito horas.

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Itália prepara-se para ter o Governo mais à direita desde a Segunda Guerra Mundial e o primeiro de sempre liderado por uma mulher.

Reuters,Joana Gonçalves

Ressalvando que não gosta “de formular juízos acerca do que se passa politicamente e eleitoralmente” noutros países, o chefe de Estado considerou que as informações disponíveis àquela hora eram “ainda muito incompletas” e referiu que “o sistema eleitoral italiano é muito complexo”.

“Obviamente, a Itália é muito importante porque — independentemente do juízo sobre o resultado, que eu não posso formular como Presidente da República — é uma das grandes nações europeias, das grandes economias europeias. E neste momento muito sensível é fundamental, além do mais, a estabilidade nas grandes economias europeias”, disse.

O Presidente da República advertiu que “os mercados financeiros são muito sensíveis a tudo o que significa imprevisibilidade ou soluções indefinidas”, e acrescentou: “Vamos esperar para ver. É a eleição europeia mais importante nos próximos tempos”.

Interrogado sobre as consequências que estas eleições italianas podem provocar no quadro europeu, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Não sei, vamos ver o que é que acontece”. Contudo, salientou que “a política é feita muito pelas lideranças, e as lideranças europeias dependem das lideranças nacionais”, sobretudo dos países com mais peso económico, como França, Alemanha e Itália.

“Depois são esses líderes que se encontram, e o Conselho Europeu tem vindo a ganhar importância. A Comissão é muito importante, mas o Conselho Europeu tem um peso decisivo no afinar das decisões entre estados”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa.

Mais de 50 milhões de italianos foram no domingo chamados a votar nas eleições legislativas italianas em que, devido à pulverização partidária, nenhum partido deverá obter uma maioria suficiente para governar sozinho.

Partidos da direita e extrema-direita fizeram um acordo de coligação que poderá levar Giorgia Meloni ao poder e a tornar-se na primeira primeira-ministra de Itália.

De acordo com resultados parciais, esta coligação, que inclui os partidos Irmãos de Itália, liderado por Giorgia Meloni, a Liga, de Matteo Salvini, e Força Italia, de Silvio Berlusconi, obteve 43% dos votos nas legislativas.