Actor chinês Li Yifeng detido por solicitar prostitutas. Prada cortou laços com a estrela

Li foi o mais recente alvo da política de Pequim de tolerância zero para quaisquer celebridades que tenham um comportamento considerado desadequado.

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Li Yifeng no papel de Mao Tse Tung em Ge Ming Zhe, de 2021 DR

O actor chinês Li Yifeng​​, que interpretou o antigo líder do Partido Comunista Mao Tse Tung num filme de 2021, foi detido pela polícia de Pequim por suspeita de solicitação de prostitutas, informou a CCTV estatal chinesa, no domingo.

Li, de 35 anos, foi detido pela polícia de Pequim sob a acusação de “solicitar prostituição em múltiplas ocasiões” e, de acordo com as autoridades, admitiu os crimes. Automaticamente, várias marcas vieram a público anunciar a decisão de deixarem de trabalhar com o actor, a começar pela Prada, da qual Li era embaixador. Outras marcas são a Sensodyne, de pastas dentífricas e outros produtos de higiene oral, e a Zhenguoli, de bebidas lácteas.

O actor, que no ano passado surgiu num vídeo do Estado a promover a segurança nacional, foi o mais recente alvo da política de Pequim de tolerância zero para quaisquer celebridades que tenham um comportamento considerado desadequado. As autoridades chinesas justificam estas acções com a crescente influência que as estrelas têm sobre os seus seguidores, particularmente sobre menores, considerando que estas acções irão reduzir a “desordem social".

Com mais de 60 milhões de seguidores na rede social Weibo, Li esteve envolvido no boicote à Hugo Boss, após a marca se comprometer a não utilizar algodão produzido em Xinjiang por causa das preocupações com o trabalho forçado de uigures.

As Nações Unidas estimam que pelo menos um milhão de uigures e outros muçulmanos (outras fontes apontam para mais de 1,5 milhões) estejam retidos em campos na região chinesa de Xinjiang, enquanto um gabinete de estudos australiano afirma que dezenas de milhares de membros da minoria foram transportados pelo país para trabalhar em fábricas que produzem para marcas de moda mundiais. O Governo chinês nega qualquer tipo de maus-tratos e afirma que os campos oferecem treino vocacional e ajudam a lutar contra o terrorismo e extremismo.