O Tribunal Distrital da Califórnia voltou a arquivar o processo judicial que Spencer Elden, mais conhecido como o Nirvana Baby, abriu contra os Nirvana, alegando que a sua fotografia na capa do álbum Nevermind violava as leis criminais federais contra pornografia infantil.
O juiz Fernando M. Olguin, do Tribunal Distrital da Califórnia, decidiu esta sexta-feira que Spencer Elden esperou demasiado tempo para reclamar da dita exploração sexual da banda de Seattle. O jovem avançou com o processo mais de dez anos depois de saber que era o bebé na capa do álbum.
A queixa acusava de exploração sexual os antigos membros da banda de grunge-rock — Dave Grohl, Krist Novoselic e Chad Channing, baterista que deixou o grupo em 1990, antes do lançamento de Nevermind —, bem como o fotógrafo Kirk Weddle, a herdeira de Kurt Cobain, Courtney Love, e ainda a editora discográfica.
Spencer Elden exigia uma indemnização de 2,55 milhões de dólares (cerca de 2,54 milhões de euros) pela utilização da famosa fotografia tirada em 1991 no Centro Aquático de Pasadena, na Califórnia, que mostra o bebé a nadar nu em direcção a uma nota de um dólar presa a um anzol.
No entanto, o jovem nem sempre rejeitou tão veementemente a capa do álbum, tendo participado em várias sessões fotográficas para recriar o mergulho na piscina. A última, em 2016, foi em celebração do 25.º aniversário do álbum, exibindo a palavra Nevermind tatuada no peito.
Na queixa apresentada em Agosto de 2021, Spencer Elden garantia que a fotografia ter-lhe-ia causado “extremo e permanente stress emocional”, bem como uma perda de rendimentos e da capacidade de “aproveitar a vida”.
O juiz rejeitou o argumento, e Elden apresentou desde então outras duas versões da queixa. Desta vez, a decisão do juiz de arquivar o processo impede o queixoso de apresentar uma quarta versão.
Bert Deixler, advogado dos membros da banda, disse que os arguidos estão “satisfeitos” pelo facto de o caso “sem mérito” ter tido uma “rápida conclusão definitiva”.