Em Milfontes, renasceu a Manjedoura para marcar os dias e as noites da Costa Alentejana
Já foi um “bar dançante”, por ali passaram nomes como Zeca Afonso ou Vitorino, mas a pandemia ditou o fim da então discoteca e, no início deste Verão, reabriu com a ambição de se tornar um “lugar da moda”
A esplanada está quase cheia, mas ao fundo, há uma mesa vazia, mesmo junto à lareira de exterior que José Ramos Cardoso pediu para acender, embora esteja uma noite amena de Verão. O proprietário da Tasca do Celso, um restaurante de referência em Vila Nova de Milfontes, senta-se à mesa com o Fugas para contar a aventura de reabrir aquele que foi um bar dançante, e que agora quer que se torne um lugar incontornável na terra, de Verão, claro, e de Inverno também.
O nome não é novo em Vila Nova de Milfontes, mas o conceito sim. Já foi um bar dançante, por ali passaram nomes como Zeca Afonso ou Vitorino, mas a pandemia ditou o fim da então discoteca e, no início deste Verão, reabriu com a ambição de se tornar um “lugar da moda”, pensado para um público dos oito aos 80, explica José Ramos Cardoso, que é sócio neste projecto. “Às vezes tenho os pais a jantar na Tasca e vêm aqui ter com os filhos”, testemunha, apontando para o espaço.
Há pais com bebés em cadeirinhas de comer, há pais com filhos adolescentes, há grupos de jovens amigos e avós com os filhos e os netos. Portugueses e estrangeiros. O serviço é rápido e eficiente. A ideia é que se viva a Manjedoura de manhã à noite, o espaço fecha às 2h, continua o sócio. Além da Tasca do Celso juntaram-se os proprietários da Herdade do Touril e do Grupo SushiCafé – a parceria Touril/Celso também já deu outros frutos, como a presença de uma extensão do restaurante no turismo rural localizado perto da Zambujeira do Mar ou o Bar da Praia do Almograve.
A carta tem um pouco de tudo, o menu foi desenvolvido em conjunto entre a equipa da Tasca do Celso, na vila há 23 anos, e da pizzaria Mano a Mano, em Lisboa. Há petiscos, carnes grelhadas, mas também ceviches e pizzas feitas em forno a lenha, sem esquecer as opções vegetarianas e saudáveis.
Por proposta do chefe de sala, à mesa chega uma combinação dos dois conceitos: um ceviche de garoupa; umas amêijoas à Bulhão Pato cobertas com massa de pizza, uma combinação que dispensa o pão para o molho. Mas existem outros twists como lasanha de porco preto ou a pizza Sudoeste com molho de tomate, linguiça de porco preto, queijo de cabra fresco, mozzarella, agrião e orégãos.
José Ramos Cardoso quer que este projecto resulte e começa já a pensar na época baixa. Imagina que terá de se fechar a esplanada com portas de vidro. A lareira já está montada e a funcionar, mostra com orgulho. Tal como no menu, também no espaço houve uma preocupação em reabilitar a típica casa alentejana, dando-lhe um toque de modernidade, com uma decoração descontraída e mais moderna.
A música ambiente, à medida que a noite avança, vai tornando-se mais alegre e dançável. José Ramos Cardoso imagina a esplanada com um ar mais festivo, com o bar em pleno funcionamento, a servir cocktails, já que o restaurante está aberto até às duas da manhã. Com a assinatura “comida, bebida & chill”, a oferta “apela a momentos de prazer e descontracção, que se pretende sejam prolongados”, diz-se na apresentação.
O Fugas jantou a convite do restaurante Manjedoura