Parque de São Roque, “um dos mais bonitos” do Porto, reabriu com mais um hectare

Câmara do Porto investiu 1,4 milhões na reabilitação e expansão da antiga quinta na zona oriental da cidade. Parque infantil e Casa São Roque, centro cultural aberto em 2019, são duas das atracções mais importantes.

NEG - 01 setembro 2022 - parque sao roque
Fotogaleria
Nova zona do parque é plana etem um miradouro com vistas para o rio Douro NELSON GARRIDO?
NEG - 01 setembro 2022 - parque sao roque
Fotogaleria
Parque de São Roque ocupa espaço de uma antiga quinta do Porto NELSON GARRIDO?
NEG - 01 setembro 2022 - parque sao roque
Fotogaleria
Autarquia espera atrair novos públicos para este parque NELSON GARRIDO?
NEG - 01 setembro 2022 - parque sao roque
Fotogaleria
Parque tem duas entradas, na Travessa das Antas e na Rua São Roque da Lameira NELSON GARRIDO?
NEG - 01 setembro 2022 - parque sao roque
Fotogaleria
Há mais de 1000 árvores no parque NELSON GARRIDO?
NEG - 01 setembro 2022 - parque sao roque
Fotogaleria
Peças arquitectónicas do parque foram reabilitadas NELSON GARRIDO?
NEG - 01 setembro 2022 - parque sao roque
Fotogaleria
São Roque conta agora com um parque infantil e um parque desportivo NELSON GARRIDO?

Pouco depois de chegar à Câmara do Porto, Rui Moreira reuniu-se com os proprietários de um lote onde ia ser construído um condomínio com vistas para o Douro. O presidente da Câmara do Porto queria comprar-lhes o terreno adjacente a esse, sem capacidade construtiva, na Travessa das Antas. Do lado de lá, a resposta veio encabulada: aquela mata, um eucaliptal sem qualquer uso há vários anos, era, na verdade, propriedade municipal. O autarca do Porto contou a história esta quinta-feira na inauguração do renovado Parque de São Roque, que se expandiu precisamente para esse terreno que a autarquia não precisou, afinal, de comprar.

São mais 1,2 hectares, que transformam São Roque, em Campanhã, num parque com 5,2 hectares. E com uma zona mais plana, sem os desníveis que caracterizam o restante parque, capaz de atrair novos públicos. Essa conquista dos portuenses (e não só, já lá vamos) tem-se feito, também, com a ajuda do parque infantil (com entrada pela Travessa das Antas) e do espaço cultural Casa São Roque (com entrada pela Rua de São Roque da Lameira), disse Rui Moreira aos jornalistas, depois de palmilhar “um dos parques mais bonitos da cidade”.

Rui Moreira inagurou o parque esta quinta-feira NELSON GARRIDO
Parque tem agora 5,2 hectares NELSON GARRIDO
Autarquia investiu 1,4 milhões de euros
Fotogaleria
Rui Moreira inagurou o parque esta quinta-feira NELSON GARRIDO

A expansão deu a São Roque um parque desportivo e um novo miradouro, com vistas para o rio e a freguesia de Campanhã, onde já se avista o telhado quase todo verde do Terminal Intermodal, inaugurado no fim de Julho. Ao lado de Rui Moreira, o vice-presidente e vereador do Ambiente, Filipe Araújo, ia conduzindo a visita e repetindo expressões de contentamento com aquela obra. Junto à dupla, Paulo Pinto Ribeiro, presidente da junta local, e Pedro Álvares Ribeiro, o coleccionador e banqueiro que reabilitou a Casa São Roque, também não escondiam a satisfação.

Novas árvores

A autarquia quer, a pouco e pouco, substituir as espécies de árvores deste parque, retirando os eucaliptos que o perfumam. Da mata que foi aberta à cidade, “desapareceram muitas árvores”, admitiu Rui Moreira, mas foram também “replantadas muitas” – 210, perfazendo um total de 1230 árvores nos 5,2 hectares.

José Bastos, morador na zona das Antas, parou o passeio com o cão para conversar com Rui Moreira. E deixar um elogio geral e dois reparos: o parque está muito bonito, mas os bancos da zona nova não são confortáveis (não têm costas, ao contrário dos existentes no restante parque) e a capela da antiga quinta, que até à expansão do parque estava escondida, podia ter mais utilidade do que servir de arrecadação para as obras.

Foto
Labirinto é um dos lugares mais visitados do Parque de São Roque Nelson Garrido

Com poucos visitantes nesta manhã, duas crianças juntaram-se ao presidente e à sua equipa de vereação no desbravar do labirinto existente na parte baixa do parque, ainda que Rui Moreira admitisse a vantagem da sua altura, que lhe permitia adivinhar mais facilmente o caminho. “Os meus netos não querem brincar comigo, porque já sabem que consigo ver tudo”, comentou.

A reabilitação do parque incluiu ainda a substituição de pavimentos, o reforço da iluminação, a renovação do mobiliário e bebedouros e a requalificação das redes de abastecimento de água, drenagem de águas residuais e pluviais e ainda distribuição de energia eléctrica. Os jardineiros ganharam condições de trabalho, com balneários e uma estrutura que serve para guardar maquinaria e outros equipamentos.

No palacete amarelo, reabilitado em 2019 para ser um centro de arte contemporânea, está até ao final de Janeiro de 2023 a exposição Warhol, Pessoas e Coisas, que mostra como o ícone da Pop Art marcou gerações de fotógrafos, cineastas e músicos. Pedro Álvares Ribeiro, responsável do centro de arte, serviu um copo-d’água depois de conduzir uma visita ao espaço. Actualmente, contou ao PÚBLICO, cerca de 30% dos visitantes do palacete são de fora do Porto – conquista auxiliada pelas redes sociais e os “múpis” da Câmara do Porto. Ter um parque renovado, acredita, poderá ser mais uma cartada na conquista de público.

Casa São Roque reabriu em 2019 como centro de arte contemporânea NELSON GARRIDO
Até Janeiro de 2023 tem uma exposição dedicada a Andy Warloh NELSON GARRIDO
Palacete esteve sem uso durante muitos anos NELSON GARRIDO
Fotogaleria
Casa São Roque reabriu em 2019 como centro de arte contemporânea NELSON GARRIDO

Se os desejos de Rui Moreira se concretizarem, o plano de expansão do verde naquela zona não ficam por aqui. Há ideias de criar um contínuo entre o parque e a Praça Velázquez, aproveitando o Complexo Desportivo do Monte Aventino. No resto da cidade, a estratégia de aumentar as áreas verdes continua nos próximos tempos com apostas na reabilitação do Jardim da Corujeira e Praça da República e na criação do Parque da Alameda de Cartes e da Ervilha. Previsões de arranque e término de obras, o autarca prefere não fazer: a fase de “galopante aumento de preços” tem conduzido a concursos desertos e dificuldade em avançar, mesmo com a vantagem de a autarquia do Porto ser “boa pagadora”.

Sugerir correcção
Comentar