É um nome repetido a cada Outono quando se aproxima o Nobel. A escritora de 79 anos tem uma das obras mais consistentes da literatura russa actual. Que o Ocidente vai descobrindo lentamente. Nela fala dos conflitos civilizacionais através de personagens e circunstâncias domésticas. E é uma voz pública contra os abusos do regime de Putin. Saiu de Moscovo em Março e não sabe se a Moscovo voltará. Nesta entrevista ao ÍpsilonLudmila Ulitskaya, que em Março deste ano partiu de Moscovo em direcção a Berlim sem saber se alguma vez a Moscovo regressará, diz temer pelo futuro da cultura russa.

Dois dias depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, Ludmila escrevera: "dor, medo, vergonha — é o que sinto hoje". A declaração foi o título de um texto publicado a 26 de Fevereiro na Novaja Gazeta, uma das poucas publicações na Rússia que faz oposição a Vladimir Putin, dirigida por Dmitry Andreyevich Muratov, Nobel da Paz em 2021 pelo seu papel na luta pela liberdade de imprensa e de expressão. Nesse texto, a escritora, muitas vezes apontada como uma das fortes candidatas ao Nobel da Literatura, disse: "A loucura de um homem e dos seus cúmplices fiéis controla o destino do nosso país." 

Com onze romances publicados, o primeiro em 1992 e o último em 2015, é uma reconhecida ensaísta, contista, dramaturga, mas o seu trabalho permanece pouco conhecido em Portugal. Tem três livros publicados por cá: Mentiras de Mulher, Funeral Divertido e Sonechka, original de 1992, com uma primeira edição na Campo das Letras em 2007 e, esgotada, agora na Cavalo de Ferro, com tradução de Larissa Shotropa. Viagem por uma obra, fresco conduzido por Isabel Lucas.

 

Uma crítica da razão penal e do feminismo que exacerba a sua lógica, num tempo em que, sobre as questões da sexualidade, a esquerda passou a falar a mesma linguagem da direita e contribuiu para o consenso: poderia ser assim uma descrição sumária deste entrevista de António Guerreiro a Geoffroy de Lagasnerie.

Filósofo e sociólogo, as questões do Estado penal e da violência que lhe é inerente estão no centro de alguns dos seus ensaios filosófico-políticos. Em tradução portuguesa, BCF Editores publicou recentemente O Meu Corpo, Este Desejo, Esta Lei. Reflexões sobre a Política da Sexualidade.

 

 

Sobre a arte de conversar - isto é, de seduzir - tome-se o caso de Marguerite Duras e Jean-Luc Godard e de um livro em que florescem as tácticas de conquista destes dois "mastodontes". Ricardo Vieira Lisboa assiste às estratégias.

 

 

Joana Amaral Cardoso não incorre em spoilers para falar da série que regressa ao universo de A Guerra dos Tronos e que aterra num mundo diferente. House of the Dragon dai desafiar a experiência do streaming semanalmente e tentar que os fãs "sintam que estão a voltar a casa". Uma casa cheia de arestas e dragões, mas mais igualitária, escreve ela.

 

Há uma mensagem de Cláudia Silva "às mulheres negras do mundo". É uma mensagem para todos nós, afinal. Eis a crónica...

 

Deixo-vos com o segundo álbum de um guitarrista que começou em terras do jazz mas se rendeu às canções. Em Terra Alheia Sei Onde Quero Ficar inspira-se ao longe em Bob Dylan ou Cole Porter, mas é um disco de hoje de João Espadinha