Fogo que começou na Covilhã já atingiu os concelhos da Guarda e Gouveia

Situação mantém-se “complicada e difícil”, numa altura em que o objectivo do combate é “tirar força à cabeça do incêndio”. Não há localidades em risco. Quase 1500 operacionais combatiam, às 23h20, os dois maiores incêndios activos em Portugal continental.

Foto
Incêndio deflagrou no sábado na localidade de Garrocho EPA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

O incêndio que deflagrou no sábado na localidade de Garrocho (Covilhã) e se estendeu a Manteigas já passou para os concelhos da Guarda e Gouveia (distrito da Guarda) e a situação “mantém-se complicada e difícil”.

De acordo com o comandante Operacional Regional de Lisboa e Vale do Tejo, neste momento “não parece haver nenhum aglomerado populacional em risco” e o objectivo dos operacionais no terreno “é tirar força à cabeça do incêndio”.

O responsável falava durante uma conferência de imprensa, realizada na Junta de Freguesia de Valhelhas (Guarda), sobre o incêndio que lavra desde sábado nos concelhos da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e de Manteigas e que esta tarde atingiu também Gouveia e Guarda.

“A situação do incêndio mantém-se complicada e difícil. Neste momento, o incêndio desenvolve-se em quatro municípios, sendo que a Covilhã é o mais sossegado. Está em consolidação e rescaldo. Manteigas, Guarda e Gouveia são os que preocupam mais neste momento”, sublinhou Elísio Oliveira, referindo que existe uma extensa frente em direcção a Folgosinho e que esta obriga ao reposicionamento dos meios para mais uma noite “de intenso trabalho”.

Durante o período da tarde, o incêndio obrigou à “evacuação de um parque de campismo no concelho de Manteigas”, numa atitude que o comandante operacional de Lisboa e Vale do Tejo considera de proactividade do município, “garantindo a segurança das pessoas”.

Na conferência de imprensa, o comandante disse que estiveram no combate as aeronaves disponíveis. “Gostaríamos de ter muito mais. Os Canadair estiveram inoperacionais durante todo o dia”, salientou.

Questionado sobre esta ausência, Elísio Oliveira explicou aos jornalistas que essa ausência se ficou a dever a “problemas técnicos”, que não permitiram a sua presença no teatro de operações. O responsável está preocupado com a frente em direcção a Folgosinho (concelho de Gouveia): “É a mais preocupante, mas a rotação do vento pode fazê-lo entrar novamente no concelho da Covilhã”.

Para as próximas horas e noite, o trabalho será desenvolvido desde Manteigas e Vale da Amoreira em direcção a Folgosinho. Os esforços vão ser concentrados durante toda a noite, não esquecendo os flancos. O objectivo é tentar evitar que, por qualquer motivo, aquilo que é o flanco se torne numa frente de fogo”, concluiu.

Para já, o perímetro do fogo atingiu cerca de 25 quilómetros.

Quase 1500 bombeiros na Covilhã e em Oliveira do Hospital

Quase 1500 operacionais combatiam, às 23h20, os incêndios na Covilhã e Oliveira do Hospital, os dois fogos activos em Portugal continental que mobilizavam um maior número de meios, segundo a Protecção Civil.

De acordo com a informação disponível às 23h20 no site da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), o incêndio na Covilhã, mobilizava 1405 operacionais, com 438 viaturas.

Em Meruge, concelho de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, o incêndio que teve início às 14h59 desta quarta-feira mobilizava 364 bombeiros e 104 viaturas.

No combate às chamas três bombeiros ficaram feridos, tendo sido encaminhados para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, adiantou o presidente da Câmara de Oliveira de Hospital. “Estamos a acompanhar a situação, não é nada de grave, mas inspirando cuidados, foram para Coimbra”, realçou.

José Francisco Rolo explicou que estão a decorrer trabalhos de vigilância, que se vão prolongar durante a madrugada, depois de ter sido definido um perímetro para evitar o risco de reactivações.