Assis diz que contratação de Sérgio Figueiredo permite ao ministro das Finanças “preparar-se melhor”

O socialista e presidente do CES não vê “nenhum problema” na contratação de Sérgio Figueiredo para consultor do Ministério das Finanças. Pelo contrário, considera que é uma forma de Medina se “preparar melhor” para o diálogo na concertação social.

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Francisco Assis, antigo dirigente do PS e actual presidente do CES Daniel Rocha

A ida de Sérgio Figueiredo para consultor do Ministério das Finanças para a “auscultação dos stakeholders relevantes na economia portuguesa” poderia ser interpretada como uma forma de esvaziamento do papel do Conselho Económico e Social (CES). Contudo, para Francisco Assis essa é uma não questão.

Recusando pronunciar-se sobre os aspectos políticos desta contratação, o socialista que foi reeleito líder do CES em Abril garante não ver “nenhum problema” na ida de Figueiredo para as Finanças.

“O CES é o local institucional onde se desenvolve todo o processo de concertação social e isso não está em causa”, afirma, frisando que, deste modo, Fernando Medina, ministro das Finanças, até poderá “preparar-se melhor para o processo” negocial em sede de concertação.

“Medina está a revelar preocupação em estar atento às posições de patrões e sindicatos e em relação às decisões que terá de tomar”, diz ao PÚBLICO, recordando que o ministro das Finanças foi o “primeiro membro deste Governo a ir à concertação social”. No fundo, Assis vê nesta contratação uma “tentativa de valorizar a opinião dos vários sectores da sociedade”.

Francisco Assis não identifica qualquer potencial incompatibilidade relativamente à acção do CES e vinca que “o ministro das Finanças valoriza muito o CES e a concertação social em particular”.

“O que há é uma decisão do Ministério das Finanças, que entende que, para a sua própria actividade, é conveniente ter uma consultoria destas”, prossegue o antigo eurodeputado, considerando tratar-se meramente de uma “questão de organização interna do Governo que em nada colide com o CES”.

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