Nos finais de Julho dava a volta ao mundo a história de Jessica Lee, que num voo de regresso ao seu país, a Austrália, se descobriu proprietária da “sanduíche mais cara do mundo”: esqueceu-se de declarar à entrada uma sandes que tinha na mala e os agentes não perdoaram, passando uma multa de 1800 euros. O caso até teve um final feliz, com a ajuda da marca em questão, a Subway.

Agora há novo caso e envolvendo outra multinacional da fast-food, a McDonald's: um passageiro aterrou no aeroporto de Darwin e esqueceu-se de declarar a entrada de um pequeno-almoço daquela rede de restaurantes que adquirira em Bali. Eram apenas duas sanduíches ao estilo McMuffin e um croissant com fiambre. Mas a Austrália aplica com rigor as suas leis de biossegurança e exerce um controlo rigoroso das estruturas aeroportuárias: o passageiro não declarou os bens alimentares e o resultado foi uma multa muito similar à de Jessica Lee: 1825 euros.

Os eventos, realça a CNN, ocorrem pouco depois de as autoridades australianas terem introduzido novas regras de biossegurança, aprovadas após um surto de febre aftosa registado na Indonésia, especialmente em Bali, um destino muito procurado pelos australianos.

Para o departamento de Agricultura, Pescas e Floresta da Austrália, estes produtos não declarados, logo não examinados, são “um risco”. O relatório oficial acusa o passageiro de transportar outros produtos não especificados e de ter apresentado um documento “falso e enganador”. Depois de analisado o conjunto, será tudo destruído, informam.

E como são descobertos tão facilmente estes alimentos? Fácil: há agentes que não deixam passar nenhum alimento sem dar sinal – têm quatro patas e são cães-polícia com especialização em biossegurança... No caso dos produtos McDonald's até se fica a saber o nome do herói: Zinta.

“Estes serão os menus McDonald's mais dispendiosos que este passageiro já teve na vida”, comentou, não sem uns traços de sarcasmo, o ministro da Agricultura, Murray Watt, nas redes sociais. “Não tenho qualquer compaixão por pessoas que optam por desobedecer às regras rigorosas de biossegurança da Austrália”, realçou.

“As recentes detecções mostram que todos serão apanhados”, acrescentou, deixando no ar a ideia de que a mediatização destes eventos e respectivas multas também fazem parte do sistema de segurança. Não em vão, o maior portal de notícias australiano, News.Com.Au, refere-se a este último caso como envolvendo “McMuffins de contrabando”.