Príncipe Carlos aceitou um milhão de libras do clã Bin Laden

Gabinete do príncipe de Gales nega qualquer ilegalidade. Notícia segue-se a revelações sobre donativos do Qatar.

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EPA/NEIL HALL

O príncipe Carlos, herdeiro do trono inglês, terá recebido da família Bin Laden um donativo de um milhão de libras (cerca de 1,2 milhões de euros) para a sua instituição de beneficência, revelou este sábado o jornal britânico The Times.

O donativo terá sido entregue pelo patriarca da família saudita, Bakr bin Laden, e pelo seu irmão Shafiq. Ambos são meios-irmãos de Osama bin Laden, fundador do movimento terrorista al-Qaeda, responsável por ataques como os de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos. O príncipe de Gales terá recebido Bakr bin Laden em Londres em Outubro de 2013, dois meses após a morte de Osama bin Laden numa operação das forças especiais norte-americanas no Paquistão.

Nem Bakr nem Shafiq bin Laden estão implicados em actividades terroristas, nem há indícios de ilegalidade em torno do donativo, nem suspeita de uma troca de favores. É algo que a Clarence House (o gabinete e residência oficial do príncipe Carlos) afirma em declarações àquele jornal e ao The Guardian, sublinhando que o dinheiro não foi aceite a título individual e que foi entregue ao fundo de beneficência do filho mais velho de Isabel II.

No entanto, a notícia deste sábado soma-se a outra, de Junho, que dava conta de outras doações de dinheiro feitas pelo xeque Hamad bin Jassim do Qatar, ex-primeiro-ministro daquele país do Golfo Pérsico. Também na altura, a Clarence House e o fundo de beneficência do príncipe de Gales negaram qualquer irregularidade, e a Comissão de Beneficência para a Inglaterra e Gales decidiu semanas depois não investigar o caso.

Em todo o caso, a revelação gerou críticas em relação à capacidade de discernimento do futuro chefe de Estado britânico e expressões de preocupação face ao peso da influência estrangeira junto da família real e do sector britânico de beneficência.

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