Ana Tijoux e Mdou Moctar aquecem as noites de Sines
Nas duas primeiras noites do FMM no Castelo de Sines, Ana Tijoux e Bia Ferreira afiaram as palavras, Letrux vestiu-se de Lula da Silva, Mdou Moctar e Dubioza Kolektiv não largaram o acelerador. Da música cigana romena, ao rap chileno, das noites de Adis Abeba ao rock do deserto do Saara, houve um pouco de tudo.
Apresentando-se como “mais uma mulher preta sobrevivente à política genocida” do Estado brasileiro, Bia Ferreira apela no palco do Castelo de Sines a que, em vez de cloroquina (a receita anti-covid de Bolsonaro), cada um “injecte” arte directamente nas veias. E sugere que, “se for andar armado, se arme de informação”. A passagem da cantora e activista pelo Festival Músicas do Mundo (FMM) é feita de um apelo constante à luta e à revolução, mas uma revolução em que “o amor vai vencer o ódio” e em que as palavras e a arte vão combater o racismo, o rasto do colonialismo, a violência policial e um sistema em que o privilégio de uns bloqueia a possibilidade de outros.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.