Um estudo da Universidade de Aveiro (UA), divulgado nesta quarta-feira, conclui que os condutores se sentem mais confortáveis na auto-estrada do que em ambientes urbanos. O objectivo é “apoiar [as entidades públicas] na elaboração de políticas de segurança rodoviária e na sensibilização do condutor”, assinala a UA em comunicado.

Os resultados foram obtidos a partir de um simulador de condução, pertencente ao Centro de Tecnologia Mecânica e Automação (TEMA) do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM), onde os vários participantes realizaram testes em cenários diferentes. Como parte dessas experiências, os voluntários utilizaram um smartwatch para registar a sua frequência cardíaca e, assim, ser possível analisar os níveis de stress de cada condutor. Estima-se que, no total, tenham sido contados mais de 42 mil segundos de dados.

Por detrás das conclusões, publicadas num artigo científico na conferência internacional TIS (Infra-estrutura de Transportes e Sistemas) Roma 2022, estão duas investigadoras do TEMA, Eloisa Macedo e Margarida Coelho.

Como aponta Margarida Coelho, directora de mestrado em Mobilidade Inteligente e coordenadora da investigação, no comunicado, foram realizadas várias abordagens, que permitiram analisar a correlação do comportamento do condutor com os impactos a nível de segurança e emissões. Pôde-se ainda comparar diferentes ambientes de condução (urbano, estrada nacional e auto-estrada), tendo em conta lombas, semáforos, passadeiras e possíveis imprevistos, como alguém atravessar a rua fora da passadeira. A partir daí concluiu-se que existe uma relação de causa e efeito com elevadas emissões de gases poluentes.

Para Margarida Coelho, “os condutores têm um papel muitíssimo relevante na redução da emissão de gases e na promoção de uma maior segurança rodoviária”. Recomenda mesmo algumas formas para um condutor ser mais responsável ecologicamente: “A antecipação das decisões, o cumprimento dos limites de velocidade e uma condução suave a uma velocidade o mais constante possível.”

Entre Janeiro e Dezembro de 2021, de acordo com a Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária, registaram-se, em Portugal, 30.691 acidentes com vítimas. Como resultado, no total, morreram 401 pessoas, acrescendo 2297 feridos graves e 35.877 feridos leves. O próprio comportamento do condutor é identificado como uma das principais causas, destacando-se o excesso de velocidade.

Texto editado por Bárbara Wong