Bill Gates quer deixar clube dos mais ricos e promete doar quase toda a fortuna

O fundador da Microsoft considera que o papel da sua fundação pode ajudar na “prevenção de pandemias, na redução de mortes infantis, na erradicação de doenças, na melhoria da segurança alimentar e da adaptação climática, na conquista da igualdade de género e na melhoria da educação”.

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Bill Gates é, actualmente, a quarta pessoa mais rica de todo o mundo Reuters/ARND WIEGMANN

Não é a primeira vez que Bill Gates, o fundador da Microsoft, se compromete a doar a sua fortuna. Fê-lo em 2010, quando, em conjunto com Warren Buffett, criou o The Giving Pledge, com o qual exortava os mais ricos a doar metade da sua riqueza.

Na altura, Gates prometeu e cumpriu. Mas isso não resultou na sua pobreza, muito pelo contrário: só nos últimos dez anos, e mesmo com um divórcio multimilionário pelo meio, viu a sua fortuna duplicar e hoje é a quarta pessoa mais rica de todo o mundo, com uma fortuna avaliada em mais de 120 mil milhões de dólares (ao câmbio actual, quase o mesmo em euros).

Agora, numa altura em que o mundo enfrenta o que descreve de “reveses globais”, nos quais inclui a pandemia de covid-19, a crise climática ou a guerra na Ucrânia, que já levou quase seis milhões ao estatuto de refugiados, Gates vai mais longe e diz sentir que tem “a obrigação de devolver” os seus recursos à sociedade “de formas que tenham o maior impacte na redução do sofrimento e na melhoria das vidas”. E, ao mesmo tempo que deixa o apelo a que “outros, em posições de grande riqueza e privilégio”, façam o mesmo, informa que irá tomar medidas para “sair da lista das pessoas mais ricas do mundo": “Ao olhar para o futuro, tenciono dar praticamente toda a minha riqueza à fundação”, declarou numa publicação na rede social Twitter.

Na mesma rede social, Gates avança que, “com o apoio e orientação da nossa direcção”, o plano passa por aumentar as despesas da fundação de quase seis mil milhões de dólares por ano para nove mil milhões de dólares por ano até 2026. E explica como: “Para ajudar a tornar possível este aumento de despesas, estou a transferir 20 mil milhões de dólares para a dotação da fundação este mês.”

O compromisso foi feito numa sequência de publicações em que o filantropo esclarece que, “embora a Fundação [Bill e Melinda Gates] tenha os nossos nomes, basicamente metade dos nossos recursos provêm do Warren Buffett”. E continua a enaltecer o presidente da Berkshire Hathaway, empresa que alberga sob o seu chapéu negócios tão diferentes como aspiradores e jóias: “A sua incrível generosidade é a razão pela qual a fundação tem sido capaz de ser tão ambiciosa. Nunca consigo expressar adequadamente o quanto aprecio a sua amizade e orientação.”

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