Padre suspenso pelo Patriarcado desempenhava funções em colégio de Lisboa
O caso foi desencadeado quando alguns pais descobriram imagens obscenas (incluindo vídeos) nos telemóveis dos filhos, num grupo de WhatsApp que aquele o padre agora suspenso mantinha com alunos do Colégio S. Tomás, em Lisboa.
O padre suspenso de actividades pastorais pelo Patriarcado de Lisboa por troca de mensagens inapropriadas com jovens desempenhava funções de capelão no Colégio S. Tomás, da Quinta das Conchas, em Lisboa, o que não voltará a acontecer.
Segundo a reitora do estabelecimento de ensino, Isabel Almeida e Brito, em declarações ao jornal digital 7Margens, terá sido o próprio sacerdote a assumir os factos e a dizer “que deixaria de aparecer no S. Tomás”.
O caso foi desencadeado quando alguns pais descobriram imagens obscenas (incluindo vídeos) nos telemóveis dos filhos, num grupo de WhatsApp que aquele padre mantinha com alunos do colégio, adianta o 7Margens. O conhecimento público ocorreu hoje, através de um comunicado do Patriarcado de Lisboa, após aquele jornal ter questionado o bispo auxiliar Américo Aguiar, responsável pela Comissão Diocesana de Protecção de Menores e Pessoas Vulneráveis.
No comunicado, o Patriarcado anunciou ter afastado um padre das suas funções, depois de ter conhecimento de “uma troca de mensagens contendo linguagem inapropriada” e remeteu o caso para a Comissão Diocesana de Protecção de Menores.
No documento, e sem esclarecer a que paróquia pertence o sacerdote, quando aconteceu a troca de mensagens ou o seu teor, o Patriarcado de Lisboa informa apenas que “tomou conhecimento de uma troca de mensagens contendo linguagem inapropriada em que está envolvido um padre do seu presbitério”.
“Tendo encaminhado o caso para averiguação na Comissão Diocesana de Protecção de Menores e Pessoas Vulneráveis no cumprimento das indicações canónicas em vigor, o Patriarcado de Lisboa decidiu afastar preventivamente este sacerdote das funções pastorais”, acrescenta a nota.
O caso será agora ser investigado pela Comissão Diocesana de Protecção de Menores e Pessoas Vulneráveis, que integra também o ex-procurador-geral da República José Souto Moura, que preside à Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Protecção de Menores, criada pela Igreja Católica. Também a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica em Portugal, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, deverá ser informada do caso.
Segundo o 7Margens, no início da pandemia de covid-19, o padre em causa, que era capelão dos alunos do segundo ciclo do ensino básico no Colégio S. Tomás, terá sido um dos que, contrariando as indicações da Conferência Episcopal e dos especialistas em saúde, insistiu em dar a comunhão na boca durante as celebrações na missa. Terá também acolhido na sua paróquia consultas da auto-designada “terapia de conversão” para pessoas homossexuais.