Pedro Nuno Santos não se demitiu nem foi demitido pelo primeiro-ministro. Apesar de inicialmente a informação apurada pelo PÚBLICO apontar para uma demissão garantida, fosse por decisão do ministro das Infra-estruturas, fosse por determinação do primeiro-ministro, os desenvolvimentos ao longo do dia acabaram por esvaziar a crise no seio do executivo.

Esta quinta-feira de manhã, o primeiro-ministro ordenou ao ministro Pedro Nuno Santos a revogação do despacho do ministério das Infra-estruturas sobre a localização do novo aeroporto, alegando que o assunto tinha que ser consensualizado com o PSD e com o Presidente da República.

Tudo indica que Pedro Nuno Santos agiu à revelia do chefe do Governo numa decisão que foi vista dentro do executivo como sendo de uma extrema indelicadeza, dias antes de o novo líder do PSD, Luís Montenegro, iniciar o seu mandato, o que acontecerá este fim-de-semana no congresso do Porto. O PÚBLICO apurou que a publicitação do despacho que abria via à solução aeroportuária para Lisboa com base na fórmula Montijo/Alcochete apanhou o primeiro-ministro de surpresa.

Pelo teor do comunicado do primeiro-ministro, deduz-se que Costa e também o Presidente da República foram apanhados de surpresa. “O primeiro-ministro reafirma que a solução tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, em particular com o principal partido da oposição e, em circunstância alguma, sem a devida informação prévia ao senhor Presidente da República”, justifica.

Horas mais tarde, depois de Costa e Pedro Nuno terem conversado em São Bento, o ministro lamentou aos jornalistas a “falha relevante” ocorrida, deixando subentendido que continuará no Governo. Pouco depois, António Costa veio confirmar que o problema está ultrapassado e que mantém a confiança no trabalho do seu ministro.

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Notícia actualizada às 18h23. Incluídas declaração do ministro Pedro Nuno Santos e do primeiro-ministro.