Vacinação contra varíola-dos-macacos “dirigida apenas a contactos dos doentes”

A Direcção-Geral da Saúde confirma mais 11 casos esta quinta-feira, num total de 328 infectados. Fora da vacinação podem ficar profissionais de saúde e técnicos de diagnóstico.

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Portugal tem 328 casos confirmados, sendo o quarto país com mais infectados em todo o mundo DADO RUVIC/Reuters

“É uma vacinação dirigida apenas a contactos dos doentes”, afirmou Graça Freitas esta quarta-feira. Na apresentação do plano de saúde sazonal, em Alpiarça, a directora-geral da Saúde garantiu que já existe uma posição da Comissão Técnica de Vacinação sobre quem deve ser vacinado contra a varíola-dos-macacos – algo que estava a ser estudado pelo menos há um mês. A norma que definirá como se processará a administração das 2700 doses que Portugal recebe no final do mês ainda não está fechada.

De acordo com a posição revelada por Graça Freitas, poderão ficar de fora do circuito de vacinação os profissionais de saúde e técnicos de diagnóstico. A norma técnica formulada pela Comissão Técnica de Vacinação, pelo Programa Nacional de Vacinação e pelo Infarmed esclarecerá, quando publicada, quem poderá receber as doses da vacina de terceira geração da Bavarian Nordic e também em que momento.

Recorde-se que a Organização Mundial da Saúde, na semana passada, recomendou a administração de vacinas para os contactos de risco e para os profissionais de saúde ou técnicos de diagnóstico da varíola-dos-macacos (monkeypox ou VMPX).

Portugal atingiu esta quinta-feira os 328 casos confirmados, quando há mais de 3000 pessoas infectadas em países onde o vírus não está habitualmente presente. São mais 11 casos, encontrando-se todos estáveis. A Direcção-Geral da Saúde (DGS) confirma ainda que os infectados são todos homens, a maioria com menos de 40 anos.

Até final deste mês, está acordado que Portugal receberá as 2700 doses de vacinas de terceira geração contra a varíola, atribuídas a partir do acordo de compra conjunta encabeçado pela Comissão Europeia. Noutros países com um elevado número de casos (como Reino Unido, Espanha, Alemanha, Canadá ou França, todos com mais de 100 casos), a vacinação engloba ou englobará os contactos de risco, os profissionais de saúde e os técnicos de diagnóstico.

No caso de profissionais de saúde e técnicos de diagnóstico, que podem vir a ser incluídos na norma técnica da DGS, a vacinação é uma medida preventiva para quem possa estar em risco de exposição com casos suspeitos ou confirmados, com amostras do vírus ou com materiais contaminados.

A DGS disse ao PÚBLICO que “não existe uma data certa definida, mas os procedimentos estão a decorrer”. A aquisição de vacinas, conforme a Comissão Europeia também referiu, não prevê qualquer tipo de contributo financeiro por parte dos países, que assegurarão armazenamento, distribuição nacional e os recursos humanos necessários.

Esta quinta-feira, a Organização Mundial da Saúde está reunida para definir se o surto de VMPX constitui uma emergência internacional de saúde pública. O comportamento incomum e a presença do vírus em mais de 40 países, a maioria dos quais pela primeira vez na sua história, motivou a convocatória do Comité de Emergência daquela entidade.

O vírus transmite-se a partir de contactos próximos ou com as lesões provocadas pela doença. As gotículas grandes (como tosse ou espirros) e o contacto com materiais contaminados também são um potencial meio de transmissão do VMPX.

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