Euribor a 12 meses já está acima de 1%, outros prazos mantêm aceleração

Taxa a três meses está cada vez mais perto de atingir valor positivo, situando-se já em -0,182%.

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Nuno Ferreira Santos

O ritmo de subida das taxas Euribor, utilizadas na grande maioria dos empréstimos à habitação, continua a surpreender. A Euribor a 12 meses, muito utilizada nos créditos contratados nos últimos seis anos, superou esta quarta-feira a barreira de 1% e os restantes prazos também deram um salto considerável.

O prazo a 12 meses progrediu 110 pontos face a terça-feira, para 1,067%, uma recuperação acelerada, uma vez que chegou a terreno positivo em 12 de Abril, e ainda em Dezembro de 2021 estava em -0,518%.

A taxa Euribor no prazo dos seis meses, a mais utilizada em Portugal no total dos empréstimos à habitação existentes, também está em forte subida, somando hoje mais 0,062 pontos, para 0,237%, de acordo com dados divulgados pela Lusa.

A Euribor a seis meses entrou em terreno positivo a 6 de Junho, pondo fim a um período de seis anos e sete meses em valor negativo.

E já muito perto de atingir valor positivo está a Euribor a três meses, a terceira taxa utilizada no crédito à habitação. O salto de hoje foi de 0,061 pontos para -0,182%.

A subida das taxas de juro reflecte o forte nervosismo que se vive nos mercados financeiros, devido à subida da inflação, e às medidas que os bancos centrais, nomeadamente o Banco Central Europeu (BCE), poderão ser obrigados a tomar para a travar.

Poucos dias depois de ter sinalizado uma subida de taxas em 0,25% na reunião de Julho, o "BCE marcou uma reunião de urgência para esta quarta-feira para discutir as actuais condições do mercado”, confirmou à Reuters um porta-voz da instituição.

A instabilidade que se tem registado nos mercados tem levado a fortes quedas nos principais índices bolsistas mundiais e a uma subida dos juros das dívidas soberanas, nomeadamente na zona Euro.

Os novos valores das Euribor aplicam-se de forma imediata aos novos empréstimos a contratar em Julho por empresas e particulares, e também aos contratos a rever nesse mês, sendo sempre utilizada a média mensal do mês anterior, neste caso, de Junho.

Contudo, os novos valores também chegarão, de forma gradual, a todos os empréstimos associados a estas taxas variáveis, que ascendem a 93,3% dos cerca de 1,45 milhões de contratos existentes em Portugal, agravando as prestações a pagar ao banco. Os empréstimos são revistos a cada três, seis e 12 meses, conforme o prazo da taxa utilizada.

Apenas os empréstimos contratados a taxa fixa não estão sujeitos a qualquer actualização durante o prazo fixado, mas estes representam apenas 1,2% dos contratos existentes no final de 2020, bem longe dos 93,3% associados às taxas Euribor. Os contratos mistos (um período inicial de taxa fixa e depois taxa variável) ascendiam a 5,5% do total.

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