Paula Rego, a pintora que sempre fez o que quis fazer
Decidiu ser artista num país que vivia em ditadura. Dar prioridade à pintura e não à maternidade. Criar para a mulher uma atitude e um corpo novos. Foi o que quis ser – pintora, antes de tudo.
Com Paula Rego tudo servia para pintar, tudo entrava na pintura. O que vinha dos livros e o que vinha da vida, que às vezes era a mesma coisa: os contos tradicionais portugueses que lhe chegaram através da mãe e dos avós; os filmes e as óperas que partilhava com o pai; as orações e mezinhas populares que lhe ensinavam as criadas na Ericeira, com os bolsos dos aventais cheios de pintainhos; as personagens de Charlotte Brontë e de Eça de Queirós, de Lewis Carroll e de Hélia Correia; as canções de embalar carregadas de criaturas fantásticas e assustadoras, sempre encantatórias.
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