Governo decreta luto nacional pela morte de Paula Rego

A data para o dia de luto nacional ainda está por definir, dado que ainda não estão marcadas as cerimónias fúnebres da artista.

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Paula Rego morreu aos 87 anos junto dos filhos na sua casa, em Londres LUSA/JOSÉ COELHO

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta quarta-feira que o Governo decidiu decretar um dia de luto nacional pela morte da pintora Paula Rego, destacando-a como uma artista de qualidade excepcional e com grande reconhecimento internacional.

A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã desta quarta-feira em Londres, aos 87 anos. De acordo com o galerista Rui Brito, a artista “morreu calmamente em casa, junto dos filhos”.

“O Governo decidiu decretar um Dia de Luto Nacional em homenagem à pintora Paula Rego”, refere uma nota de pesar divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro. Fonte do executivo adiantou à agência Lusa que desta vez não foi logo definida uma data para o dia de luto nacional porque ainda não estão marcadas as cerimónias fúnebres de Paula Rego. “É uma questão que terá de ser gerida pela família da pintora”, justificou a mesma fonte.

No comunicado, António Costa salienta que Paula Rego “era uma artista de qualidade excepcional, cuja obra alcançou um grande reconhecimento internacional”. “As suas pinturas, desenhos e gravuras encerram imagens poderosas que ficarão sempre connosco e com as gerações por vir. Aos seus familiares e amigos, o primeiro-ministro apresenta as mais sentidas condolências”, refere-se no mesmo texto.

Pintora Paula Rego junto a um dos seus quadros Luis Vasconcelos
Paula Rego na sua exposicao no Museo Nacional e Centro de Artes Reina Sofia Enric Vives-rubio
Exposição na Casa das Historias Daniel Rocha
Centro de Artes Reina Sofia, em Madrid Enric Vives-Rubio
Exposicão no CCB Carlos Lopes
Adriano Miranda
Série " As Operas " de Paula Rego na Casa das Historias,
Casa das Histórias
Exposição Histórias & Segredos na Casa das Histórias Mário Cruz/LUSA
Montagem de exposição no Museu de Serralves, em 2004 Paulo pimenta
Museu de Serralves Paulo Pimenta
Museu de Serralves Paulo Pimenta
Museu de Arte Contemporânea de Serralves Paulo Pimenta
Museu de Arte Contemporânea de Serralves Paulo Pimenta
Pintora Paula Rego no Museu de Arte Contemporânea de Serralves Paulo Pimenta
Paula Rego na montagem da exposição no Museu de Serralves Paulo Pimenta
Museu de Serralves Paulo Pimenta
Exposição na Casa das Histórias em Cascais Daniel Rocha
Fotogaleria
Pintora Paula Rego junto a um dos seus quadros Luis Vasconcelos

Na mesma nota de pesar, recorda-se que Paula Rego nasceu “durante a ditadura salazarista” e “fez a sua formação artística em Londres, onde residiu grande parte da vida, mantendo sempre intacta a ligação a Portugal”.

“A sua obra alimenta-se de referências e memórias portuguesas, como os contos populares ou a literatura de Eça de Queirós, e Paula Rego foi uma artista atenta à nossa realidade social. Autora de um universo figurativo singular, as suas obras não se parecem com mais nada do que com Paula Rego”, acrescenta-se.

Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais.

Nascida a 26 de Janeiro de 1935, em Lisboa, foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013, além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant"Iago da Espada em 2004. Em 2010, recebeu da rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes.

Em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal.

Notícia actualizada às 16h50