Pintora Paula Rego morreu aos 87 anos

Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas pintoras portuguesas a nível nacional e internacional, morreu esta quarta-feira em Londres. A artista “morreu calmamente em casa, junto dos filhos”.

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Rui Gaudêncio
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LUSA/JOSÉ COELHO
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PAULO PIMENTA / PUBLICO
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ADRIANO MIRANDA/ADRIANO MIRANDA
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Rui Gaudêncio

Aquela que era uma das mais globalmente reconhecidas artistas portuguesas morreu esta manhã em Londres, na companhia dos seus três filhos, confirmou o PÚBLICO junto da família e de Catarina Alfaro, curadora-chefe da Casa das Histórias Paula Rego. Nascida em Lisboa, Paula Rego, que completou 87 anos em Janeiro deste ano, começou a desenhar ainda em criança, e partiu para a capital britânica, com apenas 17 anos, para estudar na Slade School of Fine Art.

O Governo vai decretar, em articulação com o Presidente da República, luto nacional pela morte da pintora.

Nas últimas décadas, a pintora tinha abordado temas políticos, como o abuso de poder, e sociais, como o aborto, entre outros do universo feminino. Nascida a 26 de Janeiro de 1935, em Lisboa, foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013, além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada em 2004. Em 2010, recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes. E em 2016, recebeu a Medalha de Honra da Cidade de Lisboa.

Paula Rego foi considerada uma das 25 mulheres mais influentes do ano para o Financial Times no ano passado — a artista portuguesa surgia ao lado de nomes como o da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, e da denunciante Frances Haugen, que revelou segredos internos da rede social Facebook.

“Lutando contra um meio familiar profundamente convencional e religioso em Portugal e, mais tarde, a meio da carreira, no mundo da arte de Londres dominado por homens, Paula Rego afirmou-se como provavelmente a mais significante pintora figurativa dos nossos tempos”.

Pintora Paula Rego junto a um dos seus quadros Luis Vasconcelos
Paula Rego na sua exposicao no Museo Nacional e Centro de Artes Reina Sofia Enric Vives-rubio
Exposição na Casa das Historias Daniel Rocha
Centro de Artes Reina Sofia, em Madrid Enric Vives-Rubio
Exposicão no CCB Carlos Lopes
Adriano Miranda
Série " As Operas " de Paula Rego na Casa das Historias,
Casa das Histórias
Exposição Histórias & Segredos na Casa das Histórias Mário Cruz/LUSA
Montagem de exposição no Museu de Serralves, em 2004 Paulo pimenta
Museu de Serralves Paulo Pimenta
Museu de Serralves Paulo Pimenta
Museu de Arte Contemporânea de Serralves Paulo Pimenta
Museu de Arte Contemporânea de Serralves Paulo Pimenta
Pintora Paula Rego no Museu de Arte Contemporânea de Serralves Paulo Pimenta
Paula Rego na montagem da exposição no Museu de Serralves Paulo Pimenta
Museu de Serralves Paulo Pimenta
Exposição na Casa das Histórias em Cascais Daniel Rocha
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Pintora Paula Rego junto a um dos seus quadros Luis Vasconcelos

O “drama, violência e simbolismo” das obras de Paula Rego são destacados nesta lista do Financial Times, que lembra a sua marcante exposição no museu Tate Britain, em Londres. Promovida como a maior e mais abrangente retrospectiva da obra da artista na capital inglesa desde a década de 1960, esta exposição esteve no museu londrino entre 7 de Julho e 24 de Outubro de 2021.

“Tento obter justiça para as mulheres… pelo menos nas imagens… vingança também”, afirmou a pintora ao jornal Financial Times.

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Paula Rego/Museu da Presidência da República

Paula Rego foi a artista escolhida para fazer o retrato oficial do antigo Presidente da República Jorge Sampaio. Num quadro a óleo, a pintora retrata o Presidente sentado de pés cruzados e mãos tensas sobre as pernas; o busto da República surge em cima de uma mesa à sua esquerda; o reposteiro verde atrás de si e um tecido vermelho-rubro sobre a mesa evocam o cromatismo da bandeira de Portugal. O quadro pode ser visto na Galeria de Retratos Oficiais do Museu da Presidência da República. Apesar de concluído em 2005, o retrato só foi revelado em 2006, imediatamente antes da cessação do mandato de Jorge Sampaio.

Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais. Foi em Londres que conheceu o marido, o artista inglês Victor Willing, falecido em 1988, cuja obra Paula Rego já mostrou por várias vezes no museu Casa das Histórias, que detém um importante acervo de obras da autora.

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