Entre aplausos e vaias, o regresso de Harry e Meghan ao Reino Unido não passou despercebido

O casal foi convidado para assistir às cerimónias do Jubileu de Platina, mas enfrenta acusações de estar a aproveitar a oportunidade para se autopromover.

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Meghan e Harry compareceram na Catedral de São Paulo EPA/NEIL HALL

O príncipe Harry e a mulher, a ex-actriz norte-americana Meghan Markle, foram recebidos com aplausos e algumas vaias pela multidão que se encontrava junto da Catedral de São Paulo, em Londres, onde o casal se juntou aos restantes membros da família real para um serviço religioso pela rainha Isabel II. Esta é a primeira vez que o par é visto em público no Reino Unido desde a sua decisão de trocar os deveres reais pela soalheira Califórnia.

Houve uma mistura entre reacções positivas e alguns apupos, descreve a Reuters. E, enquanto se encaminharam para os seus lugares na Catedral, ninguém deixou de os seguir com o olhar. Também os jornalistas e os biógrafos que seguem a família real britânica estiveram atentos a todos os seus movimentos desde o início das celebrações, com a parada Trooping the Colour, quando o casal ficou de fora do emblemático momento na varanda real. “Achei extraordinário como ela [Meghan] se tentou colocar à janela [do Palácio]”, comentou o biógrafo real Tom Bower à GB News, considerando que a antiga actriz foi à procura de alguma autopromoção: “Com o seu chapéu enorme e um grande sorriso, baixou a janela do carro para que pudesse ser vista”.

A curiosidade é natural: o par, depois de ter causado alguma turbulência com a sua decisão de se afastar do Reino Unido, deu uma polémica entrevista a Oprah Winfrey, em que se descreveu vítima de bullying, dando ainda a entender que existiria racismo no seio da família. Harry deu ainda uma entrevista em que retratou Carlos como um pai que lhe transmitiu “muita dor e sofrimento”​.

Meghan baixou a janela do carro à chegada Reuters
Harry e Meghan Reuters
Harry e Meghan Reuters
Harry e Meghan foram seguidos pelos olhares curiosos Reuters
Harry e Meghan juntaram-se à família Reuters
Meghan e Harry Reuters
Meghan, Harry e Zara Tindall, filha da princesa Ana Reuters
Meghan Markle foi acusada de usar o momento para se autopromover Reuters
Harry e Meghan na Catedral de São Paulo Reuters
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Meghan baixou a janela do carro à chegada Reuters

Se a opinião pública britânica não reagiu bem, a relação entre os dois e a família de Harry saiu fragilizada, sobretudo a que Harry teria com o irmão mais velho, William. Os dois, que foram, durante anos, os herdeiros mais próximos do trono, depois do príncipe de Gales, sempre foram vistos como cúmplices, mas essa imagem mudou depois do casamento de Harry com Meghan.

Além disso, o príncipe Harry tem estado envolvido numa disputa legal com o Governo britânico a propósito da sua segurança. O duque de Sussex perdeu o direito à protecção policial quando abandonou o seu cargo de membro sénior da família, mas pretendia usufruir desse tipo de segurança, mesmo que tivesse de a pagar. O Governo recusou a proposta, o que levou Harry a faltar à cerimónia em memória do avô, que se realizou um ano após a morte do príncipe Filipe — e a ser criticado pela decisão.

No entanto, sem que se tratasse de uma viagem oficial, o casal visitou a rainha no Castelo de Windsor, em Abril, antes de marcarem presença nos Jogos Invictus, que decorreram nos Países Baixos. Ainda assim, ninguém espera que a família os receba de braços abertos. “Tem de correr muita água sob a ponte antes de serem convidados para a mesa de jantar de Natal”, avaliou o editor dos assuntos que rodeiam a monarquia britânica do Daily Mirror, Russell Myers, numa entrevista à Sky News Australia.

Harry e Meghan têm, porém, um trunfo: a filha mais nova, que deverá conhecer a bisavó por estes dias e que foi baptizada com o diminutivo carinhoso pelo qual Isabel era tratada pela família, Lilibet.

“O papel da bebé Lilibet pode ser crucial. Quando o casal anunciou que estava a dar à sua filha o nome Lilibet, diminutivo de família da rainha, a escolha foi vista como presunçosa para uma bebé que, embora oitava na linha de sucessão, iria crescer no outro lado do mundo, a falar com sotaque americano”, começou por contextualizar o comentador real Richard Kay numa opinião publicada no Daily Mail. No entanto, acabou por concluir que “o tempo é um grande curandeiro”. “Sei que a rainha, de 96 anos, está ansiosa por conhecer a sua 11.ª bisneta. Embora tal encontro acontecer hoje [esta sexta-feira], pode ser adiado até ao aniversário de Lilibet, no sábado”, 4 de Junho.

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