As câmaras que paguem a descentralização

O programa de descentralização transformou-se num presente envenenado que ameaça não apenas inquinar o ambiente político que faz falta para ser percebido e aceite pelos cidadãos, como põe em risco a capacidade de intervenção da ANMP.

Se nada de muito surpreendente acontecer na noite desta segunda-feira na Assembleia Municipal, a Câmara do Porto vai consumar a sua saída da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). Como há muito se previa, o programa de descentralização de competências transformou-se num presente envenenado que ameaça não apenas inquinar o ambiente político que faz falta para ser percebido e aceite pelos cidadãos, como põe em risco a capacidade de intervenção da ANMP. Sai o Porto, Coimbra e Póvoa de Varzim ameaçam, Lisboa fica apenas por uma atitude de apaziguamento e, num claro sinal de mal-estar, as competências são em inúmeros casos recusadas ou aceites com resignação.

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