Sonae abre hotel de luxo no Porto: entre “burlesco” e “memória vintage”, eis The Editory Boulevard Aliados
Cinco estrelas já recebe hóspedes, inclui “restaurante de provocação sensorial”, entre “cabaret e clube nocturno”, e piscina exterior aquecida. E “mistura” o “burlesco, a arte, a inspiração circense e a memória vintage”.
Depois da estreia com pompa e circunstância em parte recuperada da estação de Santa Apolónia em Lisboa, a chancela The Editory Collection, da Sonae Capital, avança no Porto com a abertura oficial, esta quinta-feira, do The Editory Boulevard Aliados Porto Hotel. Um novo cinco estrelas no centro histórico, o quarto hotel do grupo na cidade, e que chega com piscina exterior aquecida e restaurante chefiado por André Silva.
Segundo comunicado do grupo, o investimento ronda os 20 milhões de euros e resulta de uma parceria “entre a FVC Group (developer) e a SC Hospitality, unidade de negócio de hotelaria da Sonae Capital” (operador, parte do mesmo grupo do PÚBLICO).
Ao longo de seis pisos, o novo Editory, com conceito de boutique hotel, propõe um total de 68 quartos, numa junção de dois edifícios e numa “zona da cidade bastante consolidada, estando mesmo classificado como parte de um conjunto de interesse público – A Avenida dos Aliados, traçada no início do século XIX, e a Rua do Almada, cuja traça remonta ao final do século XVIII”, destaca-se em comunicado de apresentação da unidade hoteleira.
Há uma divisão clara: a entrada principal pelos Aliados dá acesso a “um primeiro pólo” onde se “apresenta um passado revisitado, reinterpretado, que se expressa através do uso de materiais nobres, naturais”. “Um segundo pólo” em entrada pela rua do Almada e “directamente para um bar com um conceito marcante, funcionando quase como montra do restaurante para a mesma rua”.
Estas uniões de tempos e espaços seguem um mote definido na apresentação como uma “mistura” entre o “burlesco, a arte, a inspiração circense e a memória vintage”. Procura-se recriar “uma tradição da vivência boémia e de consumo local do Porto de outras épocas”.
Com projecto de arquitectura e design da Ding Dong, tem arte por todos os espaços, garantindo-se peças de “artistas de renome": “há peças históricas misturadas com outras feitas à medida por artesãos, numa profusão ecléctica e dinâmica”, explica-se. É assim que, entre outros, poderemos encontrar tanto máscaras tradicionais de Lazarim e tapetes de Monsaraz como “dois murais de grandes dimensões” no bar, pela portuense Sofia Torres, que também assina “obras originais” nos quartos, ou fotografias de Pedro Lobo e Mónica Menez, colagens de Jorge Ramos ou escultura de João Galrão.
Já cada quarto tem “uma imagem própria”, seguindo preceitos de “design hotel” e aliando detalhes modernos com tradição e as chamativas e “graníticas varandas da Avenida dos Aliados”.
Enquanto isso, o restaurante quer ser assumidamente de “provocação à mesa": apresenta-se como “a mistura do conceito de cabaret com clube nocturno” (incluem-se aqui a “inspiração circense” e “pormenores burlescos"). E no menu, continua a querer-se ser provocante: espere-se “um desafio aos cinco sentidos”, o “surpreender” e o “criar dúvida e curiosidade sobre os alimentos servidos e respectivas conjugações improváveis”. O restaurante tem capacidade para 50 pessoas e funciona diariamente ao almoço (12h/14h30) e jantar (19h/00h). Já o bar, aberto todo o dia, propõe cocktails de autor - e mantém o tema do burlesco.
A chefiá-lo, André Silva, com pergaminhos firmados: nascido em Valongo, tem feito carreira por casas a Norte, incluindo com direito à estrela Michelin no Largo do Paço da Casa da Calçada, além de ter já recebido o prémio de Chef Cozinheiro do Ano e ter aberto o Porta em Bragança. Criativo e pragmático: “Não sou uma estrela, sou um chef de cozinha”, dizia há uns tempos à Fugas.
As atracções continuam com a piscina exterior aquecida, esplanada e ginásio.
No site do hotel, que passa a integrar o portefólio de oito unidades hoteleiras pelo país com a chancela Editory, o preço começa em 149 euros por noite, uma promoção de abertura.