Presidente moldova foi a Bruxelas pedir o estatuto de país candidato à adesão
Maia Sandu não quer “atalhos”, apenas “pragmatismo e flexibilidade política”. Oposição comunista e socialista pressiona no Parlamento e nas ruas.
No dia em que a Presidente da Moldova pediu, em discurso no Parlamento Europeu, que a União Europeia conceda à Moldova o estatuto de país candidato à adesão, em Chisinau a oposição comunista e socialista juntava-se em protesto na rua “contra o regime que está a destruir o país”.
Com a Moldova numa situação perigosa, devido ao problema da Transnístria, a república pró-russa autónoma dentro do seu território, e a situação dos gagaúzes, a minoria de etnia turca no Sul do seu território que também é pró-Moscovo, Maia Sandu pediu apenas “uma luz ao fundo do túnel” que possa ajudar a atravessar este período “difícil e incerto” para o seu país.
“Precisamos de uma decisão política que seja para a Moldova um farol nesta tormenta, que guie o nosso país nos anos vindouros”, disse a chefe de Estado em Bruxelas. “Sabemos que o processo de adesão é longo e complicado, não queremos atalhos”, acrescentou Maia Sandu, que entrou com o pedido de adesão do país à União no princípio de Março. “Queremos ver pragmatismo e uma flexibilidade estratégica política”, pediu a governante.
Com o conflito da Ucrânia à porta, uma leva de refugiados a passar pelo território e vontades secessionistas alimentadas por Moscovo, o Governo moldavo também enfrenta a agitação opositora de comunistas e socialistas que tentaram fazer passar no Parlamento um projecto de lei a garantir a neutralidade permanente do país.
O projecto acabou por ser chumbado pela maioria, que se justificou por temor às influências “negativas” que a lei poderia vir a ter na integridade territorial da Moldova. Além do mais, afirma a agência Interfax, citada pela Efe, o executivo refere que o princípio da neutralidade é “um dos princípios básicos do funcionamento do Estado moldavo”.
Na capital da Moldova, os partidos que promoveram o projecto lei foram para a rua pedir a demissão do Governo que consideram “incompetente” e que com as suas políticas mergulhou a população na “mais completa pobreza”.