Zelensky lança plataforma de crowdfunding para ajudar Ucrânia a vencer a guerra

Presidente ucraniano explica que a United24 servirá, numa primeira fase, como plataforma online para angariação de fundos para reconstruir as infra-estruturas do país. Cidadãos poderão fazer doações a partir de qualquer país.

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EPA/UKRANIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou esta quinta-feira o lançamento de uma plataforma de crowdfunding (financiamento colectivo) para ajudar a Ucrânia a vencer a guerra contra a Rússia e a reconstruir as infra-estruturas do país.

Através do Twitter, o presidente explica que a United24 servirá, numa primeira fase, como plataforma online para angariação de fundos. “Outros projectos e programas serão adicionados em breve. Podem fazer uma doação com apenas um clique, a partir de qualquer país. Juntos, vamos ganhar!”, refere.

Num vídeo que acompanha o anúncio, Zelensky refere que os fundos doados irão “proteger os defensores, salvar os civis e reconstruir a Ucrânia”. “Todas as doações são importantes para a vitória. Todos os fundos serão transferidos para o Banco Nacional da Ucrânia e alocados juntos dos ministérios relevantes”, referiu, sublinhando que o governo da Ucrânia fornecerá actualizações diárias sobre o destino deste dinheiro.

O líder ucraniano pediu aos habitantes de todo o mundo que ajudem Kiev a derrotar Moscovo. “Apenas juntos temos o potencial de parar a guerra e reconstruir o que a Rússia destruiu. A Ucrânia lembrar-se-á sempre das vossas contribuições”.

Mais de dois meses desde o começo da invasão, as imagens que vão chegando da Ucrânia mostram um rasto da destruição causada pelos avanços russos em diversas cidades. Mariupol, um ponto estratégico junto ao mar de Azov, tem sido um dos principais alvos, depois do recuo da região de Kiev​. A Rússia tomou a cidade e estima-se que 90% dos edifícios tenham sido pelo menos parcialmente destruídos pelos bombardeamentos.

Mais a norte, e perto da fronteira com a Rússia, em Kharkiv, o cenário é semelhante. Este foi outro dos principais territórios afectados pelos bombardeamentos russos. Os habitantes que ficaram na cidade — pelo menos metade dos seus 1,4 milhões de residentes terão fugido — refugiaram-se no subsolo, no sistema de metro. Escolas, edifícios governamentais ou praças estão destruídas.

A Rússia iniciou na madrugada de 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar o país vizinho para segurança da Rússia , condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento e ajudas para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os sectores, da banca ao desporto.

Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, e a guerra causou até agora a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, mais de 5,5 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classifica como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A ONU confirma que mais de 3 mil civis morreram e mais de 3300 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates. Com Lusa

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