As estrelas já pisaram a passadeira vermelha na escadaria do Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, para a inauguração de mais uma exposição do Costume Institute. Foi noite de Met Gala e o dress code pedia aos convidados que não se inibissem e apostassem no glamour, com inspiração no final do século XIX e na moda americana. Os convidados são sempre uma surpresa, mas Billie Eilish, Gigi Hadid, Kim Kardashian, Kylie Jenner e Sarah Jessica-Parker eram das presenças mais esperadas. E não desiludiram.
Depois de uma festa intimista (mas nem por isso menos extravagante) em Setembro passado, o Met Gala regressa ao seu calendário habitual — o evento acontece sempre na primeira segunda-feira de Maio. Religiosamente nesta data, as celebridades mais exclusivas vestem-se de acordo com o tema proposto pelo Costume Institute para a inauguração da nova exposição. Em anos anteriores, já se celebrou a religião, a cultura punk ou a China, por exemplo. Desta vez, continua a celebrar-se a moda norte-americana com a abertura da segunda parte da exposição An Anthology of Fashion (Uma antologia da moda, em tradução livre).
Ainda que a gala tenha sempre um tema, não há muitas regras na hora de vestir. Desta vez o curador do Costume Institute, Andrew Bolton, quis rever a identidade americana e a moda nacional, numa exposição que separou em duas partes. As novidades agora apresentadas dividem-se por 13 salas que representam os períodos da história da moda. “As histórias reflectem sobre a evolução do estilo americano, mas também exploram o trabalho individual dos alfaiates, das costureiras e dos designers”, explica, à revista Vogue britânica.
Anualmente, desde de 1995, a anfitriã do evento é a directora da edição norte-americana da revista Vogue, Anna Wintour. A ela juntam-se sempre algumas caras conhecidas para conduzir a cerimónia. Desta vez, a lista de anfitriões inclui a actriz Regina King, o actor e compositor Lin-Manuel Miranda, o casal Blake Lively e Ryan Reynolds, o designer Tom Ford e o executivo Adam Mosseri, director do Instagram.
Ainda que o clima seja de festa, a pandemia de covid-19 ainda não está esquecida e, de acordo com o New York Times, todos os 600 convidados tiveram de apresentar certificado de vacinação com, pelo menos, duas doses e um teste PCR negativo.
O objectivo do evento é anualmente angariar fundos para o Costume Institute, mas o que acontece dentro da gala é sempre um mistério, já que a partilha de qualquer vídeo ou fotografia nas redes sociais é proibida. Sabe-se que além de uma visita à exposição, o serão inclui jantar e algum tipo de entretenimento — em 2019 Cher fez um tributo aos Abba e, no ano passado, foi a vez de Justin Bieber. Ficando de fora da gala, o público fica por casa a deliciar-se com os coordenados que cruzam a passadeira vermelha.
"New York, New York"
Um dos primeiros destaques da noite foi Blake Lively com uma criação Atelier Versace envolta em mistério, que se transformou na escadaria do Met. A saia cobre deu lugar a uma cauda azul-turquesa, com a ajuda de três assistentes, evocando a Estátua da Liberdade, símbolo da cidade. Com o tempo, o cobre do monumento oxidou para o tom esverdeado que a caracteriza actualmente.
Blake Lively’s dress is unveiled at the #MetGala. https://t.co/2kVWwK9Yn6 pic.twitter.com/Vo4XCydMRt
— Variety (@Variety) May 2, 2022
A “cidade que nunca dorme” também foi homenageada pela cantora Alicia Keys. O “skyline” de Manhattan adornou a capa da artista, desenhada pelo norte-americano Ralph Lauren, sem esquecer ícones como o Empire State Building. Numa referência menos directa à cidade-mãe do Met, Sarah Jessica Parker não desiludiu com um coordenado digno da sua personagem Carrie Bradshaw, inseparável de Nova Iorque. O vestido estilo princesa foi criado por Christopher John Rogers.
LIGHTS OUT! #MetGala we READY! One time for NYC!??
— Alicia Keys (@aliciakeys) May 2, 2022
Big s/o to the @RalphLauren team!?? @THEREALSWIZZZ pic.twitter.com/kezN2UdGgM
As celebridades parecem ter respeitado o tema e a moda norte-americana deu cartas na passadeira vermelha: dos consagrados Ralph Lauren e Mickael Kors aos menos conhecidos, como é o caso de Prabal Gurung.
Clã Kardashian e Marilyn Monroe
A ideia de o que vestir neste Met Gala já pairava na cabeça de Kim Kardashian desde Setembro, quando cruzou a passadeira vermelha coberta de preto numa criação Balenciaga, contou a socialite agora à revista Vogue. Se era para homenagear a moda norte-americana então tal teria de ser feito com pompa e circunstância: “Qual é a coisa mais americana em que podemos pensar? É a Marilyn Monroe.”
Para encarnar a icónica actriz, Kim Kardashian não só encontrou o vestido original de 1962, que Monroe usou para cantar os “Parabéns” ao Presidente John F. Kennedy, como também pintou o cabelo de loiro platinado, surgindo na passadeira vermelha com um novo visual. O vestido transparente adornado com pedraria é da autoria do francês Jean Louis e terá custado originalmente pouco mais de mil dólares. Já foi leiloado por mais de cinco milhões de dólares pela leiloeira Julien's, conquistando o recorde de o vestido mais caro de um leilão.
A peça estava num museu até ser emprestada a Kim Kardashian, a primeira mulher a usar o vestido depois de Marylin Monroe. Tudo parecia correr bem, até que, no dia da prova, o vestido não serviu à empresária, que diz ter-lhe restado apenas uma opção: emagrecer. Durante o último mês, a socialite conta ter feito uma dieta rígida para usar a histórica peça, que não deixou ninguém indiferente na escadaria do Met.
Com peças com menos história, também as restantes irmãs Kardashian-Jenner brilharam e foram, uma vez mais, uma das presenças mais badaladas da noite. Kylie Jenner desfilou na passadeira vermelha “a caminho do altar” num vestido da Off-White, a marca do criador Virgil Abloh, que morreu em Novembro. Já a irmã Kendall também surgiu com um novo visual e brilhou num romântico Prada.
Kendall e Kylie Jenner no red carpet do #MetGala em Nova York — 02 de Maio, 2022 pic.twitter.com/gwVqU2COeq
— KBR Media ?? (@KBRMidia) May 3, 2022
E por falar em romantismo, é indispensável mencionar aquela que é sempre um dos destaques de qualquer passadeira vermelha: Billie Eilish. Na última edição da gala, a jovem cantora surpreendeu numa nova faceta com um vestido inspirado precisamente em Marilyn Monroe, assinado por Oscar de La Renta; desta vez, num trabalho feito pela Gucci, o visual clássico do século XIX, com o corpete em cetim, torna-se mais arrojado e sensual. O coordenado, contou a artista à Vogue, também primou por ser o mais sustentável possível, feito a partir de restos de tecidos do arquivo da casa italiana liderada por Alessandro Michele.
Billie Eilish everyone ????#MetGala#MetGala2022 pic.twitter.com/4Iv2EJrJnk
— Luna is listening | ??? (@Calian1DLuna) May 3, 2022
Rapidamente, nas redes sociais, começaram a surgir comparações entre o vestido de Billie Eilish e o quadro Madame Poirson de John Singer Sargent, datado de 1885. Coincidência, ou não, a jovem acertou, uma vez mais, em cheio no tema da noite.
Na galeria de imagens acima, acompanhe o desfile de celebridades na passadeira vermelha.