Judeus resgatam quase 80 sobreviventes do Holocausto da Ucrânia

Voluntários judeus organizaram o resgate de dezenas de idosos da Ucrânia. Todos sobreviventes do Holocausto, para quem a história se repete. “Na primeira vez era uma criança e a minha mãe protegia-me. Agora senti-me tão só. É terrível.”

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Voluntários judeus ajudaram dezenas de sobreviventes do Holocausto a fugir da guerra na Ucrânia Reuters/KACPER PEMPEL

Numa complexa operação de resgate, dois grupos de voluntários judeus retiraram dezenas de idosos, sobreviventes do Holocausto, da Ucrânia, avançou o New York Times. Seriam cerca de dez mil os judeus perseguidos durante a II Guerra Mundial a viver na Ucrânia, antes da invasão russa.

Galina Ploschenko é uma das pessoas já a salvo noutro país. Estaria num lar em Dnipro, na cama e sem cuidados de saúde, já que os funcionários fugiram para se abrigar dos ataques aéreos à cidade. “Na primeira vez, eu era uma criança e a minha mãe protegia-me. Agora senti-me tão só. É uma sensação terrível, dolorosa”, contou Galina, de 90 anos, agora na Alemanha.

Quase oito décadas após a queda do regime nazi, o Governo alemão está a receber refugiados que ainda guardam a memória do genocídio ordenado por Hitler.

Ainda assim, o país de acolhimento não foi, numa fase inicial, bem aceite por todos. “Eu não vou ser levado para a Alemanha. Eu quero ser resgatado, mas não para a Alemanha”, disse um dos sobreviventes aos campos de concentração nazi, citado pelo New York Times. Mesmo para Galina, a decisão não foi tomada sem receios: “Disseram-me que a Alemanha é a minha melhor opção. Eu respondi: ‘Espero que tenham razão'”.

Para os refugiados de duas guerras, já ameaçados por dois “ditadores", a história parece tornar-se cíclica: menos de um século depois de encontrarem asilo na União Soviética, com as suas famílias, são forçados a fugir das cidades que os receberam e onde agora soam as sirenes antiaéreas que conheceram na infância. Desta vez, de regresso à Alemanha.

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