Nas Nações Unidas, Amal Clooney pressiona a justiça por causa dos crimes de guerra na Ucrânia
A mulher de George Clooney teme que as provas das atrocidades cometidas fiquem esquecidas “na gaveta” e nada se faça para punir os responsáveis.
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A advogada de direitos humanos Amal Clooney apelou, nesta quarta-feira, nas Nações Unidas, a que os países se foquem na procura de justiça internacional para os crimes de guerra perpetrados na Ucrânia. A mulher de George Clooney teme que as provas dos crimes fiquem esquecidas “na gaveta” e nada se faça para responsabilizar os seus autores. Não é a primeira vez que a advogada dá voz pelas vítimas destes crimes — já o fizera contra os alegados crimes do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
“A Ucrânia é, hoje, um matadouro. Mesmo no coração da Europa”, disse Clooney numa reunião informal do Conselho de Segurança das Nações Unidas, sobre a responsabilização pela crise humanitária, organizada pela França e a Albânia. A advogada recordou um encontro semelhante em 2017 quando o Conselho aprovou uma medida que a defensora dos direitos humanos tinha ajudado a criar — uma nova equipa da ONU destinada a reunir, preservar e guardar provas de possíveis crimes cometidos pelo Estado Islâmico.
Nesse mesmo ano, Amal foi mãe de gémeos, um menino e uma menina, fruto do casamento com o actor, produtor e realizador George Clooney. Já se passou meia década e a advogada lamenta que a situação continue estagnada: “Os meus filhos têm quase cinco anos, e até agora a maior parte das provas recolhidas pela ONU continuam guardadas — porque não há um tribunal internacional que leva a julgamento o Daesh.”
O Tribunal Penal Internacional, que trata não só destes crimes de guerra, mas também dos genocídios e agressões, não pode julgar infracções cometidas no Iraque e na Síria, uma vez que estes países não integram a ONU. Agora, Amal Clooney faz parte da task force internacional criada para aconselhar a Ucrânia sobre os crimes cometidos durante o conflito e assegurar que estes cheguem a julgamento.
De lembrar que, no final de Fevereiro, o procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, anunciou que seria aberta uma investigação sobre a ocorrência de crimes de guerra na Ucrânia — tanto do lado russo como do ucraniano. A preservação de provas, que Amal Clooney defende, é essencial.
Aos 44 anos, a mulher de George Clooney é uma das referências internacionais dos direitos humanos e já exerceu no Tribunal Internacional de Justiça. Nasceu a 3 de Fevereiro de 1978, em Beirute, Líbano. Filha de Ramzi Alamuddin, antigo professor de gestão na American University of Beirut, e de Bariaa Alamuddin, ex-editora no jornal libanês Al-Hayat, tem três irmãos, Tala, Samer e Ziad. Em plena guerra civil do Líbano, a família Alamuddin foi forçada a sair do país e a procurar refúgio em Gerrards Cross, em Inglaterra. Amal tinha dois anos.
Depois de um percurso académico com excelentes resultados, a jovem com dupla nacionalidade (libanesa e inglesa), fluente em inglês, francês e árabe, licenciou-se na Universidade de Oxford e fez um mestrado na Escola de Direito da Universidade de Nova Iorque, Estados Unidos, para onde se mudou. Terminado o mestrado tornou-se especialista em direito internacional, penal e direitos humanos.
Amal e o então solteiro mais cobiçado de Hollywood conheceram-se em 2013 e casaram no ano seguinte em Veneza — a noiva brilhou numa criação assinada por Oscar de La Renta. São pais dos gémeos Ella e Alexander, e, no ano passado, George Clooney escreveu uma carta aos media onde exortava que não publicassem fotografias das crianças por motivos de segurança.