Elon Musk e James Franco não vão defender Amber Heard de Johnny Depp

Os dois nomes estavam na lista de testemunhas apresentada pela defesa da actriz. Porém, nenhum está disponível para se apresentar em tribunal.

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Johnny Depp interpôs uma acção de 50 milhões contra Amber Heard, acusando a ex-mulher de o ter difamado EPA/JONATHAN ERNST / POOL

O multimilionário Elon Musk, que namorou com Amber Heard e que está prestes a comprar o Twitter, e o actor e produtor James Franco, cujo nome veio a lume nos últimos anos também por ter sido alvo de denúncias de exploração sexual, já não vão a Fairfax, Virgínia, testemunhar a favor da actriz no âmbito da acção de difamação interposta por Johnny Depp.

De acordo com o New York Post, o advogado de Musk, Alex Spiro, confirmou esta quarta-feira que o seu cliente não irá testemunhar, enquanto uma fonte não identificada avançou que entre as ausências estará também James Franco.

Franco poderia ser essencial para Amber Heard já que, segundo declarou a própria no julgamento que decorreu no Reino Unido contra o The Sun pelo facto de o tablóide ter rotulado Johnny Depp como “espancador da mulher” (em que Depp perdeu), o protagonista de 127 Horas esteve consigo no dia a seguir em que a mulher alega ter existido um episódio de violência que originou o pedido de divórcio. De acordo com a actriz, Franco observou a sua face, que afirma ter sido atingida pelo ex-marido com um telemóvel, tendo desabafado “o que raio…”. No entanto, este testemunho indirecto, tido em conta por um juiz britânico, pode não ser suficiente para o júri norte-americano.

O episódio de violência que Amber Heard afirma ter acontecido na noite de 21 de Maio de 2016 foi, aliás, um dos focos da audiência desta quarta-feira, em que foram ouvidos os testemunhos dos agentes que responderam à chamada. Ambos os agentes afirmaram não ter visto marcas no rosto da actriz que os levasse a suspeitar de uma agressão, referindo que o vermelho era condizente com o facto de estar a chorar.

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Amber Heard Reuters/JONATHAN ERNST

Na altura, Depp não se encontrava no apartamento e os agentes confessaram que desconheciam que se tratava da sua casa, além de não terem reconhecido Heard (a actriz, de 36 anos, ganhou maior notoriedade após ter assumido o papel de Mera em Aquaman, o que só aconteceu dois anos depois).

A defesa da actriz, porém, deixou em aberto a possibilidade de Amber Heard ter disfarçado as mazelas com maquilhagem, incitando os agentes a explicarem o motivo pelo qual não aprofundaram a investigação de um potencial caso de violência doméstica.

Johnny ​Depp interpôs uma acção de 50 milhões contra Amber Heard, acusando a ex-mulher de o ter difamado quando escreveu um artigo para o The Washington Post, em Dezembro de 2018, em que relatou ser uma sobrevivente de abusos domésticos. Na última semana, o actor prestou declarações sob juramento em que discorreu sobre a sua infância traumática e sobre as suas dependências. No entanto, garantiu que “jamais” bateu numa mulher na sua vida, identificando a ex-mulher como o elemento violento da relação. “Ela tem necessidade de conflito. Ela tem necessidade de violência”, acusou.

No texto que levou o ex-casal a uma batalha judicial milionária, Amber Heard não identifica o seu agressor pelo nome, mas, defende o advogado de Depp, Benjamin Chew, era claro que se estava a referir ao actor. Do seu lado, a actriz não nega que de facto falava sobre o ex-marido, mas observa que, por um lado, apenas escreveu a verdade e que, por outro, a sua opinião está protegida como livre expressão ao abrigo da Primeira Emenda da Constituição dos EUA. Ou seja, respondeu com uma contra-acusação, pedindo uma indemnização de cem milhões de dólares (92,6 milhões de euros). No contra-interrogatório, a defesa exibiu mensagens enviadas por Depp, em que o actor fala sobre o seu desejo de ver a ex-mulher morta. “Não estou orgulhoso de nenhum dos termos que usava nos momentos de raiva”, disse Depp.

Na terça-feira, uma psicóloga clínica e forense testemunhou que avaliou Amber Heard, recorrendo a documentos do caso, registos médicos, tratamentos de saúde mental e registos áudio e vídeo, além de se ter encontrado com a ré nos dias 10 e 17 de Dezembro, num total de 12 horas. “Os resultados da avaliação da sra. Heard apoiaram dois diagnósticos: perturbação de personalidade limítrofe (borderline) e perturbação de personalidade histriónica”, testemunhou Shannon Curry.

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