Espanha acaba com os estereótipos sexistas na publicidade de jogos para crianças

Em todos os anúncios haverá rapazes e raparigas, sem que se associe um brinquedo a um dos géneros.

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O novo código quer promover uma imagem plural, igualitária e sem estereótipos dos menores cookie_studio

Os fabricantes espanhóis de brinquedos comprometeram-se esta quarta-feira junto do Governo a deixarem de difundir anúncios publicitários que utilizam estereótipos sexistas do tipo em que as bonecas são associadas às raparigas e os carros aos rapazes.

Este código de auto-regulação, que foi assinado entre o Ministério do Consumo espanhol, a Associação Espanhola de Fabricantes de Brinquedos e a Autocontrol (Associação para a Auto-Regulação da Comunicação Comercial), inclui uma proibição expressa do uso discriminatório ou degradante da imagem das raparigas em anúncios publicitários destinados a menores.

Os anúncios de todo o tipo de brinquedos vão continuar a ser difundidos, mas em todos eles haverá rapazes e raparigas, sem que se associe um brinquedo a um dos géneros.

Segundo o ministro do Consumo, Alberto Garzón, este código visa promover uma imagem plural, igualitária e sem estereótipos dos menores, tendo ainda destacado o compromisso do sector em não caracterizar as raparigas com conotações sexuais e em evitar a associação de brinquedos com cuidados, trabalho doméstico ou beleza com raparigas, e o de acção, actividade física ou tecnologia com rapazes.

O novo código contém 64 regras deontológicas destinadas à publicidade de brinquedos para crianças com menos de 15 anos e substitui as normas anteriores de 2015.

As novas regras entram em vigor em 1 de Dezembro próximo para os anúncios recentemente produzidos, mas este ano ainda será possível ver alguns anúncios, que já foram produzidos e que mantêm a publicidade de brinquedos para apenas um dos sexos, embora tenham de deixar de ser transmitidos até ao Natal de 2023.

Nos novos anúncios, os brinquedos não serão apresentados com a indicação expressa ou tácita de que são para um ou outro sexo, nem serão feitas associações de cor (como o rosa para as raparigas e o azul para os rapazes).

Devem também procurar utilizar uma linguagem inclusiva e apresentar modelos positivos, para encorajar um consumo saudável, responsável e sustentável.

Em Dezembro passado, o Ministério do Consumo espanhol, cujo titular, Alberto Garzón, representa a extrema-esquerda no governo do socialista Pedro Sánchez, organizou uma “greve” simbólica de brinquedos para denunciar os estereótipos de género.

Vários países europeus já tomaram iniciativas semelhantes, como em França, onde cerca de trinta empresas comprometeram-se em 2018 a lutar contra os estereótipos, particularmente sexistas, na publicidade; ou no Reino Unido, onde a autoridade que regula a publicidade anunciou em 2017 um endurecimento dos regulamentos destinados a limitar este tipo de mensagem.