Vídeo mostra o que parecem ser soldados ucranianos a matar prisioneiros de guerra russos

As imagens terão sido gravadas numa estrada que liga Dmitrivka às cidades de Bucha e de Irpin, a Oeste da capital. Os soldados que disparam estão a ser identificados como sendo ucranianos devido às suas braçadeiras azuis e amarelas.

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As imagens terão sido gravadas perto da cidade de Dmitrivka, a oeste da capital ucraniana Reuters/ZOHRA BENSEMRA

Um vídeo publicado na rede social Telegram no início desta semana mostra o que parecem ser soldados ucranianos a disparar contra prisioneiros de guerra russos. O jornal New York Times e BBC dizem ter verificado a localização do vídeo, com a televisão britânica a acrescentar que imagens de satélite confirmam algumas imagens do vídeo. O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmitro Kuleba, admitiu ter tomado conhecimento das imagens e disse que a alegação será “definitivamente investigada”.

No vídeo vêem-se quatro soldados com braçadeiras brancas, que são usadas geralmente para identificar o lado russo, deitados no chão, aparentemente imóveis, um deles com as mãos atadas atrás das costas. Um parece estar ainda vivo. De fora da imagem ouve-se uma voz a gritar em russo: “Ele ainda está vivo, está a respirar, filmem estes bandidos”. Seguem-se uma série de tiros que causam a morte ao soldado.

“Glória para a Ucrânia”, pronuncia um, ao que um outro soldado responde “Glória para os heróis”, cita o The Guardian. Um movimento da câmara permite ainda ver vários outros corpos no chão, com sangue, terminando o vídeo com a frase “Não venham para a nossa terra”.

As imagens terão sido gravadas numa estrada perto da cidade de Dmitrivka, a Oeste da capital ucraniana, segundo revela a BBC, que afirma que a localização foi identificada com o auxílio do Google Street View. Não se sabe quando o vídeo foi gravado exactamente, mas terá sido antes do dia 30 de Março, data em que apareceu nas redes sociais pela primeira vez, segundo a televisão britânica. Imagens de satélite de 31 de Março, reveladas pela BBC, mostram o que parecem ser manchas de sangue no chão e os tanques que aparecem no vídeo.

Os agressores estão a ser identificados como sendo ucranianos devido às braçadeiras azuis e amarelas que se vêem nos seus braços e às frases que os mesmo vão pronunciando ao longo do vídeo, explica o canal britânico, como “Aqui estão eles, os defensores do exército russo”. E o facto de falarem em russo não implica o contrário, uma vez que uma larga maioria de ucranianos fala a língua.

Ainda não foi possível, no entanto, comprovar a identidade dos soldados que disparam. Há um soldado, porém, que mostra a cara no vídeo, tendo a BBC aproveitado para proceder a um reconhecimento facial através dos dados biométricos. Concluiu que se tratará de um homem da Geórgia com ligações à Ucrânia, mas sublinha que ainda não confirmou a sua identidade.

Em reacção à publicação do vídeo, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que, apesar de ainda não o ter visto, “todos os relatórios sobre potenciais violações do direito internacional devem ser seguidos ou analisados, e claro, qualquer violação do direito internacional e qualquer crime de guerra é sempre inaceitável”, cita o The Guardian.

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