Ministro da Cultura destaca necessidade de “estabilizar sector”

O recém-empossado Adão e Silva identifica também “novas áreas de ambição”.

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Adão e Silva à chegada à tomada de posse do XXIII Governo constitucional MANUEL DE ALMEIDA/LUsa

O ministro Pedro Adão e Silva defendeu sexta-feira a necessidade de “estabilizar o sector [da Cultura] do ponto de vista dos interlocutores e dos instrumentos de política”, acrescentando que identifica “novas áreas de ambição”.

Falando aos jornalistas à chegada para a sessão evocativa dos 30 anos da morte de Salgueiro Maia, que decorreu no Largo do Carmo, em Lisboa, o recém-empossado ministro da Cultura sublinhou fazer uma “avaliação positiva do caminho que foi percorrido ao longo dos anos” no sector.

“Mas há certamente novas áreas de ambição, de modernidade, de democratizar o acesso à cultura, dos públicos, e também estabilizar o sector do ponto de vista dos interlocutores e do ponto de vista dos instrumentos de política”, afirmou.

Abordando a figura de Salgueiro Maia, Pedro Adão e Silva sublinhou que o capitão de Abril “distingue-se por combinar, de forma virtuosa, coragem moral e coragem física”, sendo por isso um “exemplo e um símbolo” da democracia portuguesa.

“A nossa transição para a democracia foi uma história de sucesso também porque teve personalidades que ajudaram a esse sucesso. (...) Acho que, nos 30 anos da morte dele, é de toda a justiça assinalar o exemplo: o exemplo cívico, o exemplo de coragem física e moral”, frisou.

Questionado se considera que Salgueiro Maia ficaria orgulhoso com a democracia portuguesa, o ministro da Cultura respondeu: “Certamente. O essencial daquilo que eram as ambições de Abril está cumprido”.

No entanto, Pedro Adão e Silva frisou que a “democracia é, por definição, o regime da imperfeição, da insatisfação e é também isso que torna a democracia mais forte do que qualquer outro regime”.

“Nós devemos, por um lado, olhar para trás e sublinhar aquilo que foi conquistado, mas também temos uma ambição renovada em todos os momentos”, indicou.

Referindo-se à geração de portugueses que nasceram depois do 25 de Abril de 1974, da qual faz parte, o ministro da Cultura frisou que são “herdeiros de tudo aquilo que foi construído com a democracia portuguesa”, mas também têm uma “responsabilidade para as gerações futuras: ter mais ambição, modernizar ainda mais o país, proteger ainda mais os portugueses”.

“Eu acho que Salgueiro Maia faria certamente um juízo e uma avaliação muito positiva daquilo que contribuiu, decisivamente, do ponto de vista pessoal. Como muitos outros, mas ele foi um dos que teve um contributo decisivo”, disse.

Neste domingo, assinalam-se os 30 anos da morte do capitão Salgueiro Maia, falecido a 3 de Abril de 1992.