David Beckham cede conta de Instagram com 71 milhões de seguidores a médica em Kharkiv
O antigo jogador de futebol colocou à disposição de uma médica a trabalhar no Centro Perinatal de Kharkiv, no Nordeste da Ucrânia, o canal de rede social. Objectivo: sensibilizar o maior número de pessoas a doar à UNICEF.
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Depois de ter, em conjunto com a mulher Victoria, doado um milhão de libras (1,19 milhões de euros) ao Fundo Unicef 7, criado pelo ex-capitão da selecção de futebol inglesa para “fornecer ajuda imediata para apoiar o bem-estar das crianças, incluindo material médico e espaços seguros para as famílias”, o embaixador da Boa Vontade da agência da ONU encontrou uma forma de sensibilizar os seus mais de 71 milhões de seguidores no Instagram: colocar uma médica no terreno a falar na primeira pessoa.
A estrela do futebol apresentou a médica ucraniana como Iryna, indicando que é chefe do Centro Perinatal em Kharkiv, onde os partos se realizam por estes dias na cave, em condições difíceis. No entanto, sublinhou Beckham, graças às doações realizadas para o fundo de emergência, já foram enviadas reservas de oxigénio que “estão a ajudar os recém-nascidos a sobreviver em condições terríveis”.
“Provavelmente estamos a arriscar as nossas vidas, mas não pensamos sequer nisso”, relatou Iryna, que também trabalha como anestesista pediátrica, nas histórias de Beckham, onde se poderão encontrar, a partir de agora, relatos de quem está no terreno — no entanto, de momento, não há nenhuma história disponível na conta de Instagram de Beckham.
Kharkiv, a segunda cidade mais populosa do país, tem estado sob intensos ataques desde que a Rússia iniciou a ofensiva militar ao país e, segundo a ONU, uma maternidade da urbe já foi atingida durante os bombardeamentos. Há duas semanas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou 18 ataques a instalações médicas desde que a invasão russa começou, a 24 de Fevereiro.
Desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, já saíram do país quase 3,5 milhões de pessoas, de acordo com o último balanço do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), de 20 de Março, naquele que é considerado o êxodo mais rápido na Europa.
Até 19 de Março, a ONU diz já terem morrido 902 civis na sequência do conflito (o Governo ucraniano contabilizava, a 16 de Março, 3000 mortos entre a população civil apenas em Mariupol e Kharkiv).